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Veja alguns dos melhores restaurantes com chefs famosos no Brasil

Com base na lista de 100 Melhores Restaurantes do Brasil, da Casual EXAME, destacamos quais têm celebridades na cozinha

Paola Carosella: mente criativa por trás do Arturito, em São Paulo (SP) (Marcus Steinmeyer/Reprodução)

Paola Carosella: mente criativa por trás do Arturito, em São Paulo (SP) (Marcus Steinmeyer/Reprodução)

GA

Gabriel Aguiar

Publicado em 2 de junho de 2022 às 10h00.

Última atualização em 24 de junho de 2022 às 10h44.

E quem disse ser necessário carimbar o passaporte para conhecer as receitas dos melhores chefs do mundo? Afinal, não faltam nomes famosos – mesmo internacionalmente – no comando de cozinhas aqui no Brasil. Por isso, Casual EXAME listou alguns dos restaurantes liderados por superchefs entre os 100 Melhores Restaurantes do Brasil. Confira!

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A Casa do Porco

A chef Janaina Rueda: menus com bom custo-benefício ajudaram na rápida recuperação pós-pandemia (Leandro Fonseca/Exame)

O restaurante do casal formado peloschefsJanaina e Jefferson Rueda virou sinônimo de números — e filas — impressionantes. Ocupa a 17ª posição no rankingThe World’s 50 Best Restaurantse o 11º lugar no recorte latino-americano. A casa, que recebeu 31 votos do júri formado pela EXAME, tem como carro-chefe o porco sanzé. Mais de 12.000 pratos do sanzé são vendidos mensalmente, o que obriga os Rueda a assar 60 porcos por mês. A dívida acumulada na fase mais crítica da quarentena também impressiona: foram quase 3 milhões de reais. “Daria para abrir mais duas Casas do Porco”, calcula Janaina.

Inicialmente, ela achou que levaria quatro anos para cobrir o rombo, que envolve tanto o restaurante quanto os demais negócios do casal: o Bar da Dona Onça, a lanchonete Hot Pork e a Sorveteria do Centro. Tirando os impostos atrasados, no entanto, que foram parcelados, a dívida será totalmente quitada até o fim do mês. E a expectativa é que os negócios voltem a dar lucro agora em junho. “Não imaginávamos que nossas casas fossem voltar com tanta força”, diz Janaina, que não revela quanto o grupo fatura — com delivery, lançado na pandemia, são quase 400.000 reais por mês.

Ela credita a rápida recuperação aos entraves às viagens internacionais, que aqueceram o turismo nacional, e à crise econômica, que teria tornado os menus não tão caros, como os da Casa do Porco, ainda mais atraentes — o sanzé custava 79 reais no início de maio. “O desafio agora é engolir a alta da inflação para não afastar os clientes com o aumento de preços”, acrescenta a cozinheira,chefda Casa do Porco desde 2018 — Jefferson agora se dedica à criação dos animais que abastecem o restaurante e ao frigorífico Porco Real, inaugurado pelo casal no ano passado.

Rua Araújo, 124, República, São Paulo
http://acasadoporco.com.br


Arturito

Arturito (Eduardo Knapp/Folhapress)

Há quem visite o discreto restaurante no bairro de Pinheiros, em São Paulo (SP), por conta de Paola Carosella – que se tornou uma verdadeira celebridade no mundo da gastronomia após participar do MasterChef. Mas, ainda que a relação de criador e criatura seja difícil de separar, esse não é o único motivo para justificar a visita: o cardápio com respeito aos ingredientes e mínima intervenção é um espetáculo à parte. Prova disso é o nhoque de ricota com ragu de linguiça de porco (89 reais), feito na própria casa. Aliás, na semana, o almoço tem pratos (52 reais) que mudam diariamente.

Rua Artur de Azevedo, 542, Pinheiros, São Paulo
https://arturito.com.br/


Carlota

Carlota (Carlota/Divulgação)

É provável que qualquer restaurante com 27 anos de história tenha se transformado em clássico. E o que dizer quando, no comando da cozinha, está a requisitada Carla Pernambuco? Na verdade, existe uma combinação de fatores que justificam o sucesso do Carlota – inclusive o charmoso sobrado com tijolos brancos em pleno bairro paulistano de Higienópolis. Mas o capricho nas receitas é o principal destaque, desde o filé Wellington com risoto de queijo coalho (140 reais), considerado o clássico da casa, até o irretocável flat iron com crosta crocante, aligot de aipim e demi glace (125 reais).

Rua Sergipe, 753, Higienópolis, São Paulo
https://carlapernambuco.com/


D.O.M.

Alex Atala: sem as chamadas iguarias, como foie gras, seu restaurante chegou a ser o quarto melhor do mundo (Marcus Steinmeyer/Divulgação)

É impossível separar Alex Atala da nova gastronomia brasileira. Com técnica apurada e uso de ingredientes tipicamente brasileiros, alguns inusuais, o D.O.M. foi o primeiro restaurante brasileiro a ganhar duas estrelas Michelin e chegou a ser eleito o quarto melhor do mundo pela Restaurant.

“O que torna o menu ainda mais autêntico é a ausência das chamadas ‘iguarias’, como foie gras”, diz o crítico Arnaldo Lorençato. Na lista de inovações estão formigas amazônicas, ervas e flores comestíveis, cogumelos coletados pelo povo yanomami nas áreas montanhosas de Roraima. O menu degustação, a 640 reais, ainda propõe conciliar a experiência com vinhos e até mesmo cervejas.

O resultado do longo aprendizado não está somente nos pratos que saem da cozinha. “Encaro a pandemia, principalmente o que já passou, como o MBA mais caro que já fiz na vida. Quando vêm os momentos difíceis, tudo pode ruir e o sonho pode acabar, ou se solidificar com um espírito agregador”, diz Atala, que ainda toca o Dalva e Dito e o Bio, em São Paulo. Para o restaurateur, os últimos meses só serviram para fortalecer a união da equipe.

Rua Barão de Capanema, 549, Jardins, São Paulo
http://domrestaurante.com.br/


Donna

Donna André Mifano

(Donna/Divulgação)

É provável que o recém-inaugurado Donna tenha trazido a melhor versão de André Mifano, com um cardápio inspirado na cultura ítalo-paulista, cheio de toques autorais e apostas certeiras. É o caso do risoto de joelho de porco com milho tostado, redução de uva com trufas, molho glacê e pururuca (79 reais); ravioli de carne seca e requeijão de corte com de abóbora e mel (78 reais); pão de queijo frito (cinco unidades por 33 reais); e fettuccine com ragu bolognese (62 reais). E o ambiente é igualmente agradável: há poucas mesas no salão e a decoração modernista garante o toque final intimista.

Rua Peixoto Gomide, 1815, Jardim Paulista, São Paulo
https://www.instagram.com/restaurantedonna_/


Evvai

Luiz Filipe Souza: menu degustação de 13 etapas com forte inspiração na culinária italiana (Tadeu Brunelli/Divulgação)

Toda a experiência do Evvai está baseada na confiança: os clientes só descobrem as criações de Luiz Filipe Souza à medida que as 13 etapas do menu degustação chegam à mesa — essa é a única opção, por 611 reais. “Propomos algo que custa caro e que cria altas expectativas. Então, fazemos algo que fique na memória, com a preocupação de personalizar cada jantar e cada mesa”, afirma o chef.

Foram necessários apenas dois anos para conquistar a primeira estrela Michelin, em 2019. Mas esse nem foi o maior desafio do jovem de 32 anos, que precisou paralisar projetos durante a pandemia e se dedicar à agenda repleta de compromissos fora da cozinha. No fim, deu tudo certo. “Para mim, é o melhor menu degustação de São Paulo”, diz Adriano Lopes, da página Gordo Profissional.

Com forte inspiração na culinária italiana (ainda que sempre tenha referências da cultura brasileira), o cardápio passa por constantes renovações e reinvenções. Por isso, não se surpreenda se um prato favorito desaparecer entre uma visita e outra. Para Luiz Filipe Souza, um dos destaques de agora é a moqueca com peixe do dia e nero di seppia, ingrediente-chave na gastronomia mediterrânea.

Rua Joaquim Antunes, 108, Pinheiros, São Paulo
https://www.evvai.com.br/


Jun Sakamoto

Restaurante em Pinheiros do chef Jun SakamotoJun Sakamoto (Arquivo pessoal/Divulgação)

Considerando as obras de arte criadas no balcão por Jun Sakamoto, apresentadas para somente oito clientes, não chega a ser surpresa que o restaurante esteja quase tão escondido quanto os cofres de bancos – ainda que, neste caso, seja um discreto sobrado. Para quem conseguir a disputada reserva, são servidas 13 peças, que podem variar entre iguarias, hokkigai, ouriço do mar e os peixes do dia. E tanto mistério é porque o menu degustação (500 reais) segue filosofia omakase, que deixa a escolha nas mãos do mestre. E há outros menus: de Ryuzo Nishimura (450 reais) e nas mesas (400 reais).

Rua Lisboa, 55, Pinheiros, São Paulo
https://www.junsakamoto.com.br/


Lasai

Mesa do carioca Lasai: legumes da horta são transformados em protagonistas, mas a proposta da casa não é ser vegetariana (Divulgação/Divulgação)

Pode até parecer estranho que uma receita de sucesso, como a do carioca Lasai, receba mudanças profundas depois de oito anos colecionando premiações — e até uma estrela Michelin. Mas foi exatamente isso que aconteceu: Rafa Costa e Silva e Malena Cardiel passaram a atender oito clientes por noite; eram 40 pessoas antes. “Trabalhamos com o máximo de carinho, atenção e cuidado”, afirma o chef.

Nem mesmo os quatro meses de portas fechadas por causa das restrições de funcionamento deram fim ao menu degustação, que passou a ser vendido semipronto no empório na pandemia. A empreitada deu certo e a loja deve ser retomada em algum momento.

Disponível apenas com menu degustação, a experiência custa 725 reais. “O Rafa consegue transformar legumes da horta em protagonistas e esbanjar sabor nos pratos”, afirma a jornalista Daniela Filomeno. Mas vale reforçar: esse não é um restaurante vegetariano (nem é sua proposta). Exemplos disso são pratos da casa como a ostra com rabanete, limão, caviar e mel, e o vôngole em caldo de alho-poró.

Largo dos Leões, 35, Humaitá, Rio de Janeiro
https://lasai.com.br/


Maní

A chef Helena Rizzo: a jurada do programa MasterChef inaugurou em abril novo cardápio inspirado na obra de Mário de Andrade (Roberto Seba/Divulgação)

A chef Helena Rizzo, que comanda o Maní, o Manioca e a Padoca do Maní, entrou na quarentena com caixa suficiente para enfrentar três meses de portas fechadas. Entre os sócios está, por exemplo, a apresentadora Fernanda Lima. O mantra que norteou a condução dos negócios naquela época foi este: lucro, por enquanto, é não ter prejuízo.

Passada a fase mais dura da pandemia, a chef virou jurada do programa MasterChef Brasil, em 2021, substituindo Paola Carosella. O novo ofício a obrigou a se afastar um pouco do dia a dia do Maní, que ostenta uma estrela Michelin. Mas com a consciência tranquila. A casa continua um sucesso, assim como os demais estabelecimentos, e o chef belga Willem Vandeven, que já a secundava, tem dado conta do recado com louvor.

Lançado em abril, o novo menu degustação do Maní, a 580 reais, serve de prova. Idealizado por Rizzo e Vandeven, foi inspirado na obra do modernista Mário de Andrade. Com 12 etapas, inclui pratos como cabrito assado mergulhado em um caldo incrementado com kombucha de porcini — cúrcuma e shitake marinado completam a criação. Outro destaque, que já esteve no cardápio do Maní, é a feijoada transformada em pequenas esferas, servidas com pé de porco, couve frita e cubinhos de laranja.

Rua Joaquim Antunes, 210, Jardim Paulistano, São Paulo
https://manimanioca.com.br


Manu

Manu (Manu/Divulgação)

Não faltam premiações que validem o curitibano Manu – considerado como o melhor restaurante da região sul e figura carimbada entre os mais reconhecidos do Brasil. E quem está no comando é a chef Manoella Buffara, responsável pelas combinações autorais (e inusitadas), como a bok choy em brasa com laranja, amendoim e mousse de fígado de galinha. Mas não adianta ter apego: o cardápio muda anualmente, como se marcasse a evolução da criadora, e sempre com menu degustação (430 reais). Para quem não achar o endereço, basta procurar pelo imóvel com criações de abelhas na fachada.

Alameda Dom Pedro II, 317, Batel, Curitiba
https://www.facebook.com/restaurantemanu/


Oteque

Cozinha do Oteque, dono de duas estrelas Michelin: menu degustação em oito etapas, que pode incluir atum cru com caviar e lagostim com maionese de peixe (Rodrigo Azevedo/Divulgação)

É em um discreto casarão no bairro carioca de Botafogo que trabalha o premiado Alberto Landgraf. Nada indica se tratar do requisitado Oteque, dono de duas estrelas do Guia Michelin. Qual é o segredo do bom restaurante? “Para mim, é quando o cliente come e sai com vontade de comer de novo”, diz o chef. Uma boa equipe e fornecedores de confiança são essenciais nessa equação.

“Landgraf é um cozinheiro técnico no seu ápice, com construção precisa de todos os elementos das receitas. Nada do que está no prato é por acaso”, afirma a jurada Renata Mesquita, do caderno Paladar. Sua inspiração não vem apenas da gastronomia: o mestre por trás das criações admite ter interesse em design, arquitetura e tecnologia, por exemplo. “Tento trazer tudo isso para o Oteque”, diz.

De volta às atividades depois de sobreviver às restrições da pandemia — quando decidiu fechar as portas, com o faturamento zero —, o restaurante oferece apenas menu degustação em oito etapas, que pode incluir atum cru com caviar; lagostim com maionese de peixe; cebola com ouriço e espuma de mexilhão; e pescada-branca, levemente defumada, à moda oriental. O menu custa 645 reais.

Rua Conde de Irajá, 581, 74, Botafogo, Rio de Janeiro
http://www.oteque.com


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