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Valcke: "Agora somos a Fifa-Samba, ficamos mais flexíveis"

Há alguns meses, Valcke causou uma grande polêmica ao declarar que o Brasil "precisava de um chute no traseiro para avançar nos preparativos da Copa de 2014"

O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, concede uma entrevista coletiva em SP: "Se estou usando um tom mais otimista hoje, é porque o trabalho foi feito em 2012", disse (©AFP / Nelson Almeida)

O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, concede uma entrevista coletiva em SP: "Se estou usando um tom mais otimista hoje, é porque o trabalho foi feito em 2012", disse (©AFP / Nelson Almeida)

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Da Redação

Publicado em 30 de novembro de 2012 às 16h52.

São Paulo - O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, declarou nesta sexta-feira, em uma mesa-redonda com agências internacionais de notícias, que a entidade passou a ser "mais flexível" com o Brasil em relação aos preparativos para a Copa do Mundo de 2014 e a Copa das Confederações, e chegou a chamar a federação de "Fifa-Samba".

A polêmica do "chute no traseiro"

Há alguns meses, Valcke causou uma grande polêmica ao declarar que o Brasil "precisava de um chute no traseiro para avançar nos preparativos da Copa de 2014". Nesta sexta-feira, o francês voltou a comentar o episódio. "Minha palavras desencadearam uma guerra sem sentido. De acordo com alguns veículos de imprensa, eu deveria ter renunciado ao cargo. Levou bastante tempo para que isso fosse digerido, para que as pessoas pudessem reconhecer que o que falei em francês não tem um peso tão forte quanto foi percebido no Brasil. Durante um momento, cheguei a ser 'persona non grata' no país, mas acabamos sentando juntos numa mesa e nos abraçamos depois da reunião. Agora, temos um objetivo muito maior do que todas estas polêmicas. Se estou usando um tom mais otimista hoje, é porque o trabalho foi feito em 2012. Se não fosse o caso, teria adotado um tom negativo, como dez meses atrás", completou.

"Fifa-Samba"

Valcke revelou que a Fifa teve uma participação muito importante na organização da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, o que teve repercussões sobre as relações com o Brasil no início.


"Na África do Sul, era um trabalho de cada dia, tivemos que organizar tudo de A a Z. Já na Alemanha, em 2006, os organizadores eram muito mais independentes e precisavam apenas de alguns conselhos. Quando chegamos no Brasil, dissemos 'a Copa é com a gente'. Só que os brasileiros responderam 'não, futebol é com a gente mesmo, sabemos como organizar os jogos'. No início, falamos para eles: 'Nós somos da Suíça (a sede da entidade fica em Zurique), os trens têm que chegar às 09h00, não às 09h01'. Desde então, passamos a ser "Fifa-Samba', somos mais flexíveis.

Aprender com erros da África do Sul

Valcke revelou que "para o jogo de abertura da Copa de 2010, as pessoas chegaram depois da cerimônia de abertura, às vezes depois do pontapé inicial. É o tipo de coisas que temos que evitar, é preciso ter mais coordenação", explicou. "Na Copa do Mundo, os jogadores precisam ter o melhor. Os melhores transportes, as melhores escoltas de polícia... No entanto, também temos que dar importância aos torcedores, que economizam durante muito tempo para comprar os ingressos, apoiam as equipes e deixam o ambiente animado. Sem eles, não teria graça nenhuma. Temos que protegê-los e organizar a competição num país do tamanho do Brasil, é um grande desafio. São Paulo está no caminho certo, com um trem que leva do centro da cidade (da estação da Luz) até o estádio (no bairro de Itaquera, na zona leste de São Paulo) em 19 minutos.

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