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Da Redação
Publicado em 21 de setembro de 2017 às 11h45.
São Paulo - De acordo com dados do Conselho Europeu de Assessoria em Saúde de Viagem, 40% das pessoas que vão visitar outro lugar chegam a procurar orientação de profissionais de saúde antes de embarcar no avião ou pegar a estrada. O problema é que 20% só marcam consultas com o médico quando falta menos de 14 dias para fazer as malas — pior ainda, menos de 10% estão com a carteirinha de vacinação atualizada.
O ideal mesmo é visitar o especialista com mais de um mês de antecedência para conseguir se organizar e tomar as doses dos imunizantes que estão faltando. Isso porque alguns deles levam semanas para gerar a proteção desejada.
Mas o que acontece se você não tiver esse tempo todo? Vale a pena ir ao médico? A resposta é sim.
“Temos que avaliar a duração da viagem e a necessidade de tomar doses múltiplas dentro de um determinado intervalo de tempo, além de levar em conta o destino e a atividade que o paciente vai realizar”, lista a infectologista Flávia Bravo, presidente da regional carioca da Sociedade Brasileira de Imunizações. Ela deu uma aula sobre o tema na tarde de ontem durante o Congresso Brasileiro de Infectologia, que acontece no Rio de Janeiro.
A principal moléstia infecciosa que atinge os viajantes é a diarreia, causada por micro-organismos que estão na água ou nos alimentos. Infelizmente, ainda não há vacina capaz de conter essa encrenca.
Na sequência da lista, vêm as hepatites A e B e a febre tifóide. A boa notícia é que dá pra se proteger desse trio. Enquanto as duas primeiras enfermidades exigem um imunizante em qualquer momento da vida, a picada contra a febre tifóide só é necessária quando o passeio tem como destino final locais que reportam casos da doença. Índia, a parte Ocidental da África e o Peru estão entre eles.
Outra vacina que não pode ficar de fora da relação é a meningocócica ACWY, que nos resguarda de vários tipos de meningite. Ela faz parte dos calendários da Sociedade Brasileira de Imunizações e da Sociedade Brasileira de Pediatria, porém só está disponível na rede privada. Caso você não tenha tomado as doses na infância, converse com o seu médico — mesmo se não for conhecer outras localidades.
Há ainda aquelas vacinas que são exigidas para entrar em determinados países. É o caso da febre amarela. A falta de um certificado de imunização contra a infecção transmitida pela picada de um mosquito pode causar transtornos e até impedir o carimbo no passaporte.
Procure se informar com antecedência sobre quando você precisa ir ao posto para tomar a dose e emitir a papelada. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária mantém um site com orientações completas sobre cada nação. Clique aqui para saber mais.
No fim das contas, o planejamento da viagem é um bom momento de você tirar a carteirinha de vacinação do fundo da gaveta. “Está aí uma excelente ocasião para conversar com seu médico e colocar as doses dos imunizantes em dia”, lembra Flávia. Sua saúde ficará mais protegida e pronta para curtir as aventuras de muitas viagens.