Josh D'Amaro: chairman de Disney Experiences. (Gilson Garrett Jr/Exame)
Repórter de Lifestyle
Publicado em 12 de novembro de 2024 às 06h02.
"Josh, Josh, Josh!" Imagine centenas de fãs entusiasmados gritando o nome de Josh D'Amaro, chairman de Disney Experiences, ao entrar em um dos painéis da D23, o maior evento de fãs da Disney, realizado pela primeira vez em São Paulo e que terminou no último dia 10 de novembro. O executivo, conhecido por seu carisma e pelas mudanças na divisão de parques, cruzeiros e experiências da Disney, anunciou novidades, solidificando ainda mais o vínculo com os fãs brasileiros da gigante do entretenimento.
A D23 São Paulo foi a primeira fora dos Estados Unidos. Desde 2009, o evento é bienal é realizado na Califórnia, onde são aguardados com entusiasmo anúncios sobre o futuro da companhia, abrangendo filmes, parques e cruzeiros. Na última edição, em Anaheim, foi detalhado um plano de investimentos de US$ 60 bilhões para a divisão de parques, experiências e produtos de consumo, prevendo expansão e inovação pelos próximos 10 anos.
Em entrevista a um pequeno grupo de jornalistas em São Paulo, incluindo EXAME Casual, Josh D'Amaro destacou que o Brasil é parte fundamental da estratégia de investimento da Disney. Embora não tenha revelado dados específicos, o executivo indicou que o país ocupa uma posição significativa no planejamento da empresa.
“O público daqui sempre teve um papel significativo para nós, e achamos que trazer o D23 para o Brasil seria uma forma de amplificar esse amor pela nossa marca”, disse D’Amaro.
Embora rumores sobre um parque Disney no Brasil sejam populares, D’Amaro foi categórico ao afirmar que não há planos para a construção de um parque no país. Apesar disso, ele não descarta a possibilidade de que a Disney Cruise Line traga um pouco da experiência Disney ao Brasil no futuro.
A companhia está investindo significativamente na expansão de sua frota, que passará de cinco para 13 navios até 2031. “Ainda não fizemos anúncios específicos para o Brasil, mas nossa intenção é levar a Disney em sua forma mais pura nesses navios de cruzeiro e apresentá-la ao mundo”, disse D’Amaro.
De fato, a linha de cruzeiros pode ser uma maneira de aproximar a experiência Disney dos fãs brasileiros sem a necessidade de uma instalação fixa. Veja os principais trechos da entrevista.
Por que a Disney decidiu realizar o D23 pela primeira vez fora dos Estados Unidos, e por que o Brasil foi escolhido?
O consumidor brasileiro é muito importante para a Walt Disney Company, e queremos garantir que ele esteja a par de tudo o que a Disney tem a oferecer e de nossa visão para o futuro. O público daqui sempre teve um papel significativo para nós, e achamos que trazer o D23 para o Brasil seria uma forma de amplificar esse amor pela nossa marca. Nosso objetivo com este evento é compartilhar nosso futuro e fortalecer ainda mais o relacionamento com o público brasileiro, que já é apaixonado pelo nosso universo.
Quais são os planos da Disney para os próximos anos?
Existem alguns aspectos essenciais que levamos em consideração. Primeiro, se olharmos para a história das experiências Disney, tivemos muito sucesso em entreter o público e em impulsionar o crescimento dos negócios. Sabemos que, quando focamos em boas histórias e as transformamos em experiências únicas, as pessoas respondem positivamente, visitando nossos parques, cruzeiros e shows. A Disney possui um vasto acervo de histórias, desde os anos 50 até as mais novas, criadas por Kevin Feige da Marvel, por exemplo. Decidimos continuar investindo de forma cada vez mais agressiva nessas histórias, pois sabemos que, assim, podemos convidar mais consumidores a participar de nossas experiências. É uma abordagem muito clara para nós, e estamos sendo ousados em nossos investimentos.
Recentemente, foi anunciada a maior expansão da história do Magic Kingdom. Por que agora? Isso está relacionado com novos projetos de outros parques em Orlando?
A Walt Disney Company nunca para de olhar para o futuro e de investir nele. Se você observar nossa trajetória, verá que estamos sempre focados em construir para a próxima geração, independentemente de crises econômicas ou pandemias, como foi o caso da pandemia de covid-19. Continuamos investindo ao longo de 70 anos, e é por isso que nossa presença é tão grande e global. Essa expansão em é inédita em termos de escala e detalhe nas histórias que estamos criando. Nossos parques são os maiores do mundo, então, ao expandi-los, quase parece como se estivéssemos criando uma nova área ou parque. Estamos confiantes de que esses investimentos impulsionarão o negócio, mantendo nossa liderança no setor.
Teremos um parque da Disney no Brasil?
Não temos planos de construir um parque aqui agora, mas este mercado é muito importante para nós.
Existe algum plano para trazer a linha de cruzeiros da Disney para o Brasil?
Um dos motivos pelos quais estamos fazendo um investimento tão agressivo no setor de cruzeiros é garantir que possamos levar essas experiências incríveis, que funcionam essencialmente como embaixadoras da nossa marca, ao redor do mundo. Estamos expandindo de cinco para 13 navios. Até 2031, teremos concluído essa grande expansão. Ainda não fizemos anúncios específicos para o Brasil, mas nossa intenção é levar a Disney em sua forma mais pura nesses navios de cruzeiro e apresentá-la ao mundo.
Com tantas novas parcerias e personagens da Marvel e Star Wars nos parques, como a Disney mantém o equilíbrio entre as novas franquias e os personagens clássicos, como o Mickey?
Nossa missão é entreter o máximo de pessoas possível e criar experiências que passem por gerações. Sabemos que muitos visitantes ainda amam o Mickey, e continuaremos investindo nele. Um exemplo é a atração Mickey and Minnie's Runaway Railway, que mistura toda a nostalgia dos personagens com a tecnologia mais recente. Ao mesmo tempo, continuamos expandindo com novas áreas, como o Avengers Campus, para atrair um novo público. Temos muita sorte de contar com personagens clássicos e franquias novas, que nos permitem contar histórias que agradam diferentes gerações e públicos ao redor do mundo.