Novo uniforme do Clube do Remo, da série B do Brasileiro, feito a partir de garrafas pet retiradas do mar (Reprodução/Divulgação)
GabrielJusto
Publicado em 2 de agosto de 2021 às 12h09.
Nos últimos anos, os debates a respeito dos cuidados com a preservação do meio ambiente aumentaram e, no mundo esportivo, diversas instituições usaram a força das redes sociais para promover ativações e conectar os fãs com o tema. No campo dos uniformes, as empresas, ao enxergar uma oportunidade de negócio, passaram a produzir peças feitas com produtos recicláveis.
No Brasil, o Clube do Remo surpreendeu ao anunciar o novo uniforme com conceitos de sustentabilidade para a disputa da Série B do Campeonato Brasileiro. Além do design promover a vida marinha e a Amazônia, a camisa principal é feita com oito garrafas pets retiradas de rios e oceanos. Para Fernando Kleimmann, sócio-diretor da Volt Sport, a ação é uma maneira de aproximar a torcida com a causa social e ajudar o meio ambiente.
“Além de colaborar com o meio ambiente, as peças produzidas com materiais sustentáveis não perdem em nível de qualidade em relação aos produtos que estamos acostumados. A camisa do Remo é recheada de conceitos para relembrar a biodiversidade amazônica. O clube está envolvido em diversas causas sociais, e a torcida aprovou o novo uniforme.”
De acordo com o empresário, a Volt deve ampliar a linha de roupas feitas com garrafas pets. “A nossa meta é trabalhar cada vez mais com elementos sustentáveis. Ainda nesta temporada, iremos lançar o terceiro uniforme do América-MG que será feito com insumos reaproveitáveis.”
Além das mídias sociais, a camisa dos clubes se tornou uma das principais formas de ativação da causa. Durante uma partida do Brasileirão 2019, o Bahia utilizou uma camisa para alertar sobre o vazamento de petróleo que estava atingindo o litoral nordestino. Após o embate, os uniformes foram leiloados para instituições envolvidas no combate ao incidente.
Já nos Jogos Olímpicos, a coleção das delegações de Estados Unidos, Coréia do Sul e Nigéria é feita com borracha reciclada e resíduos têxteis. Além disso, a medalha da competição é fabricada com metais de aparelhos eletrônicos. Para Renê Salviano, especialista em marketing esportivo, o envolvimento das grandes marcas nestas ações é fundamental para conscientizar o grande público.
“Particularmente, sou apreciador de ações que envolvam transformação social e sustentabilidade, conectar este problema ambiental com o produto da marca possui grande potencial de engajamento. Por outro lado, não pode ser algo pontual, as instituições devem trabalhar de forma perene com a participação conjunta de clubes, federações e torcedores”, opina o fundador da HeatMap.