Com R$ 3 milhões investidos no final de dezembro, a Yuool pretende dar um salto em 2021. (Yuool/Divulgação)
Julia Storch
Publicado em 9 de janeiro de 2021 às 06h20.
Última atualização em 10 de janeiro de 2021 às 19h49.
A marca de sapatos Yuool cresceu, mas não pretende dar o passo maior que a perna. Isso porque três investidores acabam de fazer um aporte de 3 milhões de reais na empresa que vende tênis, botas e chinelos de lã de ovelha da raça merino. Porém, com grandes investimentos, vêm grandes mudanças, em conversa exclusiva à EXAME Casual, dois dos sócios da empresa, Eduardo Glitz e Marcelo Maisonnave (ambos ex-sócios da XP Investimentos) e os investidores Alejandro Rebelo e Eduardo Galanternick contam sobre o aporte e os planos da marca para 2021.
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Desde 2017, paulistanos da Faria Lima conhecem bem a marca Yuool. Isso porque a Loft, empresa de venda de imóveis com escritório no bairro da Zona Oeste de São Paulo, comprou mais de 400 pares de sapatos para seus funcionários. Daí começou o boca a boca, “e foi um dos dias que estouramos em vendas”, conta Eduardo Glitz.
A divulgação não foi pouca. Desde então a marca já abriu lojas temporárias nos shoppings JK Iguatemi, Iguatemi São Paulo e Campinas. Para este ano, com o investimento, pretendem abrir lojas temporárias em seis localidades, entre elas Rio de Janeiro, Porto Alegre (onde fica a matriz), Campos do Jordão e Gramado. "As duas lojas que melhor se estabelecerem, se tornarão lojas físicas", conta Glitz.
Mas não é só no Brasil que os pés calçam Yuool. Da Itália vêm os tecidos feitos de lã de merino produzidos pela Italfil, empresa que vende para marcas de luxo como Loro Piana e Ermenegildo Zegna. A família Aglietta, proprietária da Italfil, gostou tanto dos tênis que entrou como sócio e distribuidor na Europa. No velho continente são vendidos os tênis e botas da marca a 120 e 135 euros respectivamente.
Em 2020, ano em que a pandemia foi trágica tanto na Itália quanto no Brasil (e em todo globo, como sabemos), as vendas para a Yuool conseguiram ser surpreendentes em dezembro. Só de encomendas de tênis personalizados foram mais de 5 mil pares, vendidos para empresas como XP Investimentos, Banco Inter, e o banco de investimentos norte-americano Canaccord. Porém, a empresa não conseguiu atingir a meta de faturamento projetada para 20 milhões de reais.
Os investidores vêm então em boa hora. Um deles é Eduardo Galanternick, que atua como Vice Presidente de Negócios do Magazine Luiza, e foi quem alavancou a Magalu no digital com o lançamento do marketplace e aplicativo.
Galanternick diz que pretende trazer conhecimento para o time. “Com a pandemia, o setor da moda foi muito afetado. E com o modelo de negócios Digitally Native Vertical Brand (marca nascida digitalmente), é preciso investir na confiança do consumidor, para que haja satisfação desde o clique da compra ao recebimento e uso do produto”. Parece que satisfação já é um sinônimo da marca, que expandiu a coleção de tênis para venda de botas e chinelos slide.
Já Alejandro Rebelo, que há 15 anos trabalha nos Estados Unidos mercado financeiro, foi colega de Glitz, Maisonnave e Pedro Englert na XP Investimentos. Em visita recente ao Brasil, marcou um café com os colegas e se empolgou não só com a marca criada pelos amigos, mas também com o conforto do tênis e com o modelo de gestão da empresa. Veio então a ideia de entrar como investidor da Yuool. Atento às startups norte-americanas, Rebelo conta que pretende investir na empresa não só de forma monetária, mas também com suas experiências do mercado internacional para a empresa brasileira.
Para quem espera novidades da marca, Glitz adiantou que até março chega ao site a segunda versão do slide, e ao longo do ano mais dois modelos de sapatos. Já o preço do tênis, que se mantém o mesmo desde o lançamento (a 349 reais), será reajustado ainda em janeiro para 449 reais devido a alta do euro. Glitz é afirmativo quando diz que “você não compra um Yuool, você compra o seu primeiro Yuool”. Rebelo concorda feliz com o investimento, “é um tênis que se adapta tanto para o frio de -15ºC em Nova York, quanto no calor do Brasil”, da Faria Lima para Wall Street.