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Top Gun: a IWC lança relógio para pilotos de caças (e ele pode ser seu)

A mais americana das manufaturas suíças apresenta cronógrafo desenvolvido em parceria com a Aviação Naval dos Estados Unidos

O piloto Jim DiMatteo e seu Pilot Top Gun: testes no caça supersônico (IWC/Divulgação)

O piloto Jim DiMatteo e seu Pilot Top Gun: testes no caça supersônico (IWC/Divulgação)

Ivan Padilla

Ivan Padilla

Publicado em 21 de outubro de 2020 às 07h15.

Última atualização em 23 de outubro de 2020 às 15h22.

Você provavelmente nunca andou num jato supersônico. Podemos supor, então, que nunca deve ter precisado de um cronógrafo preciso e resistente à força gravitacional. Mas a indústria de alta relojoaria vive de bons legados e de um storytelling envolvente para construir a marca e ganhar escala.

Nesse contexto, a IWC acaba de lançar uma edição limitada do modelo Pilot Top Gun STFI que sim, pode ser usado em caças super velozes, e que vai agradar aos fãs da marca, de aviação e, no fim das contas, de um bom relógio mecânico – é disso afinal que estamos falando.

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O Top Gun é um cronógrafo robusto, de 44 mm x 15,7 mm, muito resistente. A caixa é à prova de eventuais arranhões no cockpit de um caça (ou onde mais você estiver), em uma combinação eficiente de cerâmica e titânio que a relojoaria suíça começou a usar em 2017 no modelo Aquatimer Perpetual Calendar Digital Date-Month Edition.

Edição limitada

O cronógrafo lançado agora é inspirado no modelo Strike Fighter Tactics Instrutor, ou SFTI, criado em 2018 em homenagem a comunidade de Aviação Naval dos Estados Unidos. Até então, o relógio era disponível para graduados Top Gun. Agora, pode ser comprado por qualquer admirador da história da IWC e da Aviação Naval americana.

Quer dizer, em termos. O Pilot’s Watch Chronograph Edição Top Gun SFTI é limitado a 1500 peças. Seguindo a tradição dos relógios Top Gun da IWC, é feito de materiais extraordinariamente robustos para resistir à extrema tensão que os pilotos experimentam no cockpit de jatos supersônicos, como o F/A-18 Super Hornet.

A grande caixa de 44 milímetros é feita de cerâmica de óxido de zircônio preta. A cerâmica está entre as substâncias mais duras do planeta. É extremamente resistente a arranhões e sua cor preta é totalmente antirreflexiva. A linha Pilot é desenvolvida há quase 80 anos pela manufatura da marca em em Schaffhausen, na Suíça. O relógio será vendido no exterior por 9.150 dólares. O preço no Brasil não foi definido.

 Escola de elite

O programa da Navy Fighter Weapons School, também conhecido como Top Gun, treina os melhores aviadores navais dos Estados Unidos a se aperfeiçoarem comp pilotos e principalmente como instrutores. Foi criado em 1969, como resposta ao desempenho do país na Guerra do Vietnã. A cada dois meses, quatro tripulações F-4 Phantom eram treinadas. Após a conclusão do curso, retornavam às suas unidades para transmitir o que aprenderam.

O treinamento se manteve mesmo após o gim da guerra. Quem aí se lembra do filme estrelado por Tom Cruise? Em 1996, o programa foi integrado ao Naval Strike and Air Warfare Center (NSAWC) na Estação Aérea Naval de Fallon, em Nevada, mais tarde sendo renomeado como Naval Aviation Warfighting Development Center (NAWDC).

O modelo Top Gun da IWC

O modelo Top Gun da IWC: caixa de cerâmica e titânio (IWC/Divulgação)

Atualmente, o programa Top Gun realiza todo ano cerca de três a quatro aulas, com duração de doze semanas. O curso é projetado para treinar pilotos e tripulações aéreas experientes e abrange todos os aspectos do combate aéreo.

"Nunca vi piloto sem relógio", diz capitão do Top Gun

O novo Pilot Top Gun foi mostrado em uma conferência online para jornalistas do mundo inteiro, divididos em turmas por continente. E ninguém melhor do que um piloto do programa Top Gun para apresentar o relógio.

Piloto aposentado Top Gun, Jim Di Matteo tem uma carreira militar de mais de 25 anos. Capitão da Marinha americana e embaixador da IWC, ele acumula mais de 5 mil horas em cinco aviões de caça diferentes.

“É muito violento quando você voa em um jato de combate”, diz DiMatteo, na conferência online. “Você está o tempo todo em movimento, virando. O relógio bate nas laterais do avião, que é todo de metal. Precisa ser, portanto, resistente, à prova de arranhões. Um relógio é composto de peças minúsculas, então precisa ser de alta qualidade para não sentir o impacto da força gravitacional.”

DiMatteo reforça que um relógio é peça essencial do equipamento. “O voo depende de toda a tecnologia moderna do painel, mas todo o resto está no pulso. Nunca vi piloto de caça que não usasse relógio. Por isso é tão importante que funcione com muita precisão.”

Marca suíça ou americana?

Em 1868, o relojoeiro e empresário americano Florentine Ariosto Jones viajou de Boston para a Suíça e lá fundou a International Watch Company, ou IWC, em Schaffhausen. Seu projeto: aliar a habilidade manual da fabricação de relógios mecânicos, então predominantemente de bolso, dentro da escala industrial americana.

Ao montar a fábrica da IWC, Jones estabeleceu o método centralizado de produção de relógios mecânicos na Suíça. De lá para cá, a empresa se notabilizou também pelas boas práticas de marketing. A marca é uma das que melhor sabe trabalhar com celebridades. No aniversário de 150 anos da marca, em 2018, um baile de gala reuniu Cate Blanchett, Bradley Cooper, James Marsden, Dev Patel, Valtteri Bottas, Karolina Kurkova e a brasileira Adriana Lima.

O baile aconteceu em Genebra, durante a SIHH, como era chamado até o ano passado o salão de alta relojoaria do grupo Richemont. Nos estandes das demais marcas do grupo, como Cartier, Panerai e Montblac, prevalecia uma decoração discreta, mesmo quando associada a atividades esportivas como alpinismo e mergulho. No espaço da IWC, os visitantes logo avistavam um legítimo avião monomotor Spitfire reformado da Segunda Guerra, como forma de reforçar o legado de aviação da marca. Uma boa estratégia para chamar a atenção para os excelentes mecanismos e o design limpo, dos modelos clássicos aos da linha Pilot, da marca suíça-americana.

 

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