Dwayne Johnson (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 1 de setembro de 2014 às 10h02.
"Seja aquele que trabalha duro." O conselho é do ator conhecido como The Rock, Dwayne Johnson. Ex-lutador de wrestler (luta livre), ele deixou os ringues para se dedicar à carreira de ator em Hollywood, e alcançou sucesso e uma fortuna estimada em US$ 125 milhões.
Johnson é, sem dúvida, uma força em Hollywood. Considerado pela revista Forbes o ator mais bem pago de 2013 (ultrapassando Robert Downey Jr.), foi responsável por recuperar as franquias de Velozes e Furiosos, G.I Joe e Viagem: A Ilha Misteriosa. "Eram oportunidades que eu não podia perder", conta ele, em entrevista ao Estado.
O ator de 1,96 m de altura e 120 quilos pode parecer intimidador nas telonas, mas, na vida real, é uma das personalidades mais humildes no meio do show biz. E, sem frescuras. Também boa-praça, ele admite que se apaixonou pelo Brasil da última vez que esteve no País. "As pessoas são tão acolhedoras", elogia ele.
O encontro é para promover o novo filme Hércules, que estreia no Brasil na quinta-feira, um papel que Johnson sonhava em interpretar há mais de dez anos. "Eu queria fazê-lo desde que comecei minha carreira como ator em Hollywood", diz o ator de 42 anos. O Hércules do novo filme tem carisma e um lado afável, próprios do ator, apesar de cenas de violência extrema. "O lado humano do Hércules foi o que mais me atraiu para este papel, além do mitológico. Eu queria fazê-lo diferente e melhor para as próximas gerações", explica. "É como se Hércules não fosse um deus, mas um homem comum. Um pai", completa o ator, que é divorciado e tem um filho de 13 anos.
Johnson conta que a preparação para viver o herói grego foi a mais intensa que já fez. "Foi o maior desafio como ator e atleta. É normal se preparar fisicamente para uma luta, mas, para um projeto como esse, tive de me preparar para um evento de 95 dias. E sempre mantendo o mesmo físico (leia sobre a dieta especial que ele seguiu ao lado)", diz. "No fim das filmagens, eu já não conseguia mais." Essa fase teve início seis meses antes das filmagens - e o esforço foi tanto que o ator teve problemas nos tendões da pélvis seis semanas antes de começar a rodar. "Não foi divertido. Tive de passar por uma cirurgia em que inseriram fios no meu abdômen", detalha.
Incertezas
Johnson realizou uma bem-sucedida transição como lutador de wrestler, do circuito WWE, para Hollywood - a sua estreia foi na franquia A Múmia, mais especificamente em O Retorno da Múmia, em 2001, o segundo filme da série. Mas ele admite que sofreu todas as incertezas antes de deixar o antigo oficio.
"O momento que mais temi foi quando aceitei o papel em O Escorpião Rei (de 2002). Eu fazia parte de uma franquia [A MÚMIA]e decidi seguir sozinho." Segundo o ator, se tivesse dado errado, ele "sabia que nunca mais teria a oportunidade de realizar nada". "Eram tantas as dúvidas na minha mente."
Qual seria então o segredo do sucesso do The Rock? "Não sei o segredo. Mas disciplina é a chave para atingir o sucesso e sempre melhorar", ensina o ator. "E não ter medo de fracassar. Eu sabia que aceitaria o fracasso se fosse o caso."
Famoso por seu porte físico, Johnson reconhece que não poderá manter por muito tempo o corpo que o tornou conhecido. "Haverá um ponto que não poderei mais fazer um filme como este e, por isso, quero seguir um caminho em que eu possa fazer trabalhos que não foquem no meu corpo, mas na emoção", diz. "Estou aberto a interpretar um personagem gay, por exemplo. Se o roteiro for bom, por que não? Eu lutaria contra todo mundo", sorri.
E aproveita para reclamar que os papéis dramáticos não chegam a ele em Hollywood. "Estes papéis estão na TV atualmente e, por isso, o projeto da série Ballers para a HBO. Será como a série Entourage, mas no mundo esportivo", explica ele, que é também um dos produtores executivos da série ao lado de Mark Wahlberg, entre outros. E sobre uma possível participação no próximo filme da franquia Os Mercenários? "Eles não estão prontos para mim", ele rebate. Mas já tem outro projeto à vista: viverá um super-herói dos quadrinhos, o Shazam. "Por anos, os fãs pediram à Marvel, mas tinha de ser o personagem certo, e o Shazam oferece uma história forte. Um personagem que sofre por uma grande perda, como Hércules."
O ator é inspiração para muitos jovens, principalmente na América, onde o culto ao corpo é exacerbado. "Estou ciente da influência que tenho, mas gosto de ter as ferramentas das redes sociais para me comunicar com eles. Quando eu era jovem, eu idealizava o Stallone e o Schwarzenegger, mas não tinha uma conexão com eles", diz, completando o que prega para os jovens: "Não pense somente no sucesso e no dinheiro, mas em trabalhar duro".
Uma outra versão de Hércules, com Kellan Lutz (lançada no Brasil em fevereiro), chegou há algumas semanas à Europa e chamou a atenção do ator. "Quando aquele filme foi anunciado, já fazíamos o nosso. Eu o assisti, mas não fiquei animado. Achei desnecessário", alfineta.
Dwayne Johnson é dos poucos atores em Hollywood que pode escolher com quem quer trabalhar. "Atingi um nível na minha carreira em que posso dar um palpite. É divertido escolher quem vai fazer o filme com você." E completa: "A ideia de Hércules é que você não consegue atingir sucesso sozinho. Esse roteiro trouxe esse elemento diferente que considera as pessoas ao seu redor."
E, para terminar: The Rock se candidataria a governador, como fez Arnold Schwarzenegger? "Bem, como cidadão americano, posso me candidatar à presidência!", diz, sorrindo. "Talvez um dia, mas vou deixar em aberto."
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.