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Testamento de Alfred Nobel é exibido pela primeira vez

Testamento é parte de uma mostra no Museu Nobel sobre a obra de Alfred Nobel e permanecerá em exposição, pelo menos, até o fim de maio

O testamento em exposição no Museu Nobel, em Estocolmo (Jontahan Nackstrand/AFP)

O testamento em exposição no Museu Nobel, em Estocolmo (Jontahan Nackstrand/AFP)

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Da Redação

Publicado em 27 de março de 2015 às 12h06.

Estocolmo - O testamento manuscrito de Alfred Nobel, um dos documentos mais importantes da história da Suécia, e que determinou a criação do prêmio que leva seu nome, está exposto ao público pela primeira vez, em Estocolmo.

Até a exibição pública, poucas pessoas tiveram a possibilidade de ver o documento original de 1895, que estava conservado em um cofre da Fundação Nobel.

O testamento é parte de uma mostra no Museu Nobel sobre a obra de Alfred Nobel e permanecerá em exposição, pelo menos, até o fim de maio.

"A exposição mostra a importância da transmissão. O testamento é a peça principal", explica curadora, Karin Jonsson.

"O prêmio Nobel é uma das marcas mais importantes da Suécia", destacou o porta-voz do Instituto Sueco, Sergio Guimarães.

O documento tem quatro páginas, com um papel amarelado e escrita densa, com anotações em todos os lados. Para o olhar comum é difícil saber o que procurar, ainda mais levando em consideração que o texto está muito desarticulado no que diz respeito aos critérios do prêmio.

Em um parágrafo, Alfred Nobel, inventor da dinamite, dá as instruções básicas. Uma parte de sua fortuna (31,5 milhões de coroas suecas da época, mais de 200 milhões de euros em valores atualizados) deveria ser destinada a um fundo cujos juros seriam redistribuídos àqueles que durante o ano anterior tenham dado as maiores contribuições à humanidade em cinco áreas: Física, Química, Medicina, Literatura e Paz.

Quatro comitês, três em Estocolmo e um em Oslo (a Noruega estava unida na época ao reino da Suécia) seriam os responsáveis por definir os premiados.

As 26 linhas mudariam a reputação do homem e dariam à Suécia uma gigantesca projeção. Outrora um mercador da morte que vendia pólvora para canhões na Europa, Alfred Nobel é atualmente no imaginário mundial um filantropo pacifista.

"Com seus prêmios, ele quis mostrar quem era na realidade", explica Jean-François Battail, professor emérito de línguas e literatura escandinavas na Universidade de Sorbonne.

"Segundo Albert Einstein, vencedor do prêmio de Física (em 1921), Alfred Nobel criou o Nobel da Paz porque tinha a consciência pesada", recorda.

Com data de 27 de novembro de 1895 e redigido em Paris, onde o industrial sueco tinha uma casa, o testamento foi colocado em um cofre do Stockholms Enskilda Bank (SEB).

Um ano mais tarde, Nobel morreu e a leitura do testamento provocou estupefação, já que ninguém tinha conhecimento de seus projetos.

Um ex-assistente de Nobel, Ragnar Sohlman, foi a pessoa responsável por reunir a fortuna do empresário, dispersada por todo o mundo, e cumprir o desejo do patrão.

Em 1900, Sohlman participou na criação da Fundação Nobel e os primeiros prêmios foram anunciados em 1901.

Apesar das polêmicas, como a rejeição de Jean-Paul Sartre ao Nobel de Literatura em 1964 ou a atribuição do Nobel da Paz a Barack Obama em 2009, o prêmio é um orgulho nacional na Suécia.

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