Martínez: "contra o Brasil, não será sobre ter a posse de bola, mas sobre o que fazer com ela. É sobre isso que é esta Copa do Mundo" (Sérgio Perez/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 4 de julho de 2018 às 09h04.
Rostov - Brasil e Bélgica farão, nesta sexta-feira, em Kazan, uma das quartas de final da Copa do Mundo da Rússia. Será o confronto entre duas das seleções que mais se destacaram no torneio e que chegam como candidatas ao título. Para o técnico do time belga, o espanhol Roberto Martínez, no entanto, o favoritismo está todo do lado brasileiro.
"Nós sabemos o que somos capazes de fazer, mas o Brasil é o favorito e vai nos colocar em um papel diferente", opinou. "Estes dois times são construídos para marcar gols e para vencer partidas. Contra o Brasil, não será sobre ter a posse de bola, mas sobre o que fazer com ela. É sobre isso que é esta Copa do Mundo", declarou à imprensa belga.
Independente de considerar que o Brasil chega como favorito, Martínez celebrou a oportunidade de encarar a seleção nas quartas de final de uma Copa. "É um jogo dos sonhos para os nossos jogadores, eles nasceram para jogar partidas como essa. Naturalmente, queremos vencer, mas não esperam que o façamos e isso é uma diferença importante."
O time belga alcançou as quartas de final com uma ótima campanha e 100% de aproveitamento após quatro partidas. Possui também o melhor ataque do torneio, com 12 gols. Do outro lado, porém, encara a seleção brasileira, que cresceu ao longo da Copa e eliminou o México nas oitavas com autoridade.
"A gente tem algo especial. Se jogamos bem, podemos criar muitas oportunidades. Mas não vai haver margem para erros. Se concedermos uma oportunidade ao Brasil, eles aproveitarão. Então, acho que será a melhor partida da Copa", avaliou.
Martínez mostrou bastante respeito pelo Brasil e indicou uma postura mais defensiva para o duelo. "Contra um time como o Brasil, você precisa atacar e defender com 11 jogadores. Não estamos falando de um sistema, mas do entendimento do que fazer quando se tem a posse. Precisamos nos defender da melhor forma que pudermos e, então, causar danos quando tivermos a bola."
Até por isso, o treinador pode fazer mudanças. Autor do gol salvador na suada vitória sobre o Japão por 3 a 2, de virada, nas oitavas, o volante Chadli pode entrar na ala esquerda na vaga de Carrasco, que é atacante e tem jogado improvisado no setor. Fellaini, que também marcou contra os japoneses, é outro que pode ser titular para reforçar a marcação.
"Como técnico, eu tenho muitas opções com este time, mas eu sei, em minha cabeça, o que quero fazer. Nós vamos precisar de potência. Se mostrarmos a mesma mentalidade de segunda-feira (contra o Japão), teremos uma grande chance", apontou.