Casual

Teatro São Pedro vai receber musicais em 2020

Em 2020, Novo Theatro São Pedro receberá duas óperas e dois musicais

 (Pixabay/Reprodução)

(Pixabay/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de outubro de 2019 às 14h08.

São Paulo - Um dos mais tradicionais teatros paulistanos, o São Pedro (fundado em 1917), vai receber produções musicais a partir de 2020. Intitulado Novo Theatro São Pedro, o projeto prevê uma mescla no calendário: além das tradicionais óperas, que se tornaram as principais atrações do espaço, a programação vai ser diversificada com espetáculos musicais.

"A temporada vai continuar com quatro atrações, como é hoje, mas teremos mais récitas e o espaço será também utilizado por outras atividades como desfiles de moda e programas de gastronomia, por exemplo", anuncia Paulo Zuben, diretor artístico-pedagógico da Santa Marcelina Cultura, a Organização Social que gerencia o São Pedro.

Em 2020, portanto, serão duas óperas e dois musicais. A primeira estreia será de West Side Story, um dos maiores musicais de todos os tempos, no dia 6 de abril. A direção artística será da premiada dupla Charles Möeller e Cláudio Botelho, enquanto a direção musical terá a assinatura de Cláudio Cruz, que transita bem entre o erudito e o popular, que é a essência do monumental espetáculo criado por Leonard Bernstein. Ao todo, serão 30 récitas, entre abril e maio.

A temporada continua em agosto, com a estreia de Ariadne em Naxos, de Richard Strauss, ópera cuja estrutura é pouco convencional e que terá a regência do alemão Felix Krieger e a direção cênica do argentino Pablo Maritano. Um dos destaques do elenco é a soprano japonesa Eiko Senda, no papel de Ariadne. No total, serão oito récitas.

No final de setembro, o São Pedro vai receber Capuletos e Montéquios, ópera de Vincenzo Bellini que não se baseia no famoso texto de Shakespeare, mas em uma fonte italiana da história. A direção cênica será de Antônio Araújo, fundador dos principais grupos teatrais de São Paulo, o Vertigem, além de ser o diretor artístico da Mostra Internacional de Teatro de São Paulo, a MIT. As cantoras líricas Denise de Freitas e Carla Cottini vão interpretar Romeu e Julieta, respectivamente. Também serão oito apresentações.

Finalmente, encerrando a temporada de 2020, no dia 9 de novembro estreia Porgy & Bess, clássico de George Gershwin por unir elementos da música clássica com o jazz. A direção cênica será de Jorge Takla, que também transita com desenvoltura entre os gêneros da ópera e do musical. O espetáculo terá um total de 25 apresentações. "Escolhemos esses quatro espetáculos porque suas temáticas se relacionam ao tratar de amores impossíveis, o que confere uma unidade conceitual à programação", observa Zuben.

"Vamos encerrar a temporada com um belo aumento no número de récitas no São Pedro: das 20 deste ano para 71, em 2020", comenta Sérgio Sá Leitão, secretário de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo. "Como é um equipamento público e deve ser um espaço para todos, o teatro terá outras atrações, como o novo trabalho da São Paulo Companhia de Dança, concertos que vão celebrar os 250 anos de nascimento de Beethoven, e ainda a abertura de editais que possibilitarão a ocupação por eventos como moda e gastronomia."

Para iniciar os trabalhos, Möeller e Botelho já retomam o sonho antigo de montar West Side Story. "Para quem trabalha com musical, trata-se de um dos maiores desafios de carreira", observa Botelho. Juntos, ele e Möeller vão coordenar audições para todos os papéis, além de contar com o corpo de baile e orquestra sinfônica do governo estadual.

Versão moderna de Romeu e Julieta, metáfora sobre a ameaça que os imigrantes significam a um país rico, a eterna briga pela conquista do território - West Side Story ainda provoca leituras diversas, mas em um detalhe todos são unânimes: trata-se do musical que revolucionou a Broadway. Quando foi montado, em 1957, surpreendeu não só pelos temas, mas por apresentar uma ação que passava para a dança de forma natural, como se a coreografia fosse extensão dos movimentos dos atores. No Brasil, houve apenas uma montagem profissional, dirigida por Jorge Takla, em 2008, estrelada por Fred Silveira e Bianca Tadini.

A história é ambientada no subúrbio de Nova York, onde duas gangues rivais, os Jets (os nascidos americanos) e os Sharks (imigrantes porto-riquenhos), lutam pelo domínio do bairro. Em meio a tanta incompreensão, Tony, um dos fundadores dos Jets, se apaixona por Maria, a irmã de Bernardo, comandante dos Sharks. O amor impossível, que faz lembrar Romeu e Julieta (inspiração inicial da história), é fadado ao fracasso, uma paixão irrealizável graças ao racismo e à xenofobia americana.

A inclusão do Theatro São Pedro entre os espaços para teatro musical é uma aposta correta em um gênero que traz lucros extraordinários para a economia brasileira. Segundo pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas, encomendada pela recém-criada Sociedade Brasileira de Teatro Musical, o setor é responsável por números notáveis, como o R$ 1,01 bilhão de impacto econômico, com a geração de 12.824 empregos e arrecadação de R$ 131,3 milhões em impostos. Ou seja, a cada R$ 1 investido, um musical devolve R$ 1,92.

Acompanhe tudo sobre:MúsicaPeças de teatroTeatro

Mais de Casual

A aposta do momento do grupo LVMH: o segmento de relojoaria de luxo

O que acontece com as cápsuals de café após o uso?

9 hotéis para aproveitar o último feriado prolongado de 2024

Concurso elege o melhor croissant do Brasil; veja ranking