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Sundance: festival indie traz filme “Sérgio”, com Wagner Moura

É de Sundance que saem alguns dos grandes novos talentos do cinema; Wagner Moura e Ana de Armas estão em filme sobre Sérgio Vieira de Mello

Wagner Moura e Ana de Armas, em Sérgio: filme chega à plataforma de streaming Netflix em 17 de abril  (Divulgação/Divulgação)

Wagner Moura e Ana de Armas, em Sérgio: filme chega à plataforma de streaming Netflix em 17 de abril (Divulgação/Divulgação)

Guilherme Dearo

Guilherme Dearo

Publicado em 23 de janeiro de 2020 às 06h48.

Última atualização em 23 de janeiro de 2020 às 11h21.

São Paulo — Começa nesta quinta-feira em Park City, Utah, o Sundance Film Festival, um dos mais importantes da comunidade cinematográfica e o principal acontecimento do cinema indie. Ele existe desde 1978 e nos últimos anos tem atraído mais de 120 mil pessoas por edição.

Durante onze dias, o público se diverte com as novas produções e o clima de competição no ar, uma vez que há premiações para diretores e atores. Mas também estão presentes produtores e investidores atrás das grandes promessas do ano.

É ali que muitos diretores novatos e artistas da cena independente levam seus primeiros filmes na esperança de encontrar distribuidores interessados em seus trabalhos. Os “olheiros” e os jornalistas também aproveitam Sundance para identificar tendências do cinema, promessas e novos debates na pauta.

De Sundance saíram alguns fenômenos das últimas décadas. Quentin Tarantino estourou ali com o clássico cult “Cães de Aluguel” em 1992. O britânico Christopher Nolan levou seu “Memento” em 2000 e a partir dali abriu todas as portas em Hollywood.

O indie “Little Miss Sunshine” atraiu o interesse de um investidor da Fox Searchlight Pictures em 2006, que decidiu apostar na pequena produção, comprando-a por 10 milhões de dólares. O resultado foi um filme que arrecadou 100 milhões de dólares e abocanhou dois Oscar e outras duas indicações, inclusive de Melhor Filme.

O mega hit de Morgan Spurlock “Super Size Me” foi visto primeiro ali. Por fim, o maior sucesso financeiro do festival, o terror “The Blair Witch Project” (1999), que transformou o modestíssimo orçamento inicial de 25 mil dólares em mais de 248 milhões de dólares em bilheteria.

No line up desse ano há um filme que já tem a Netflix como distribuidora. “Sérgio”, sobre a vida e morte do diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello. Ele morreu em um ataque terrorista em 2003, promovido pela Al Qaeda, contra a sede da ONU em Bagdá.

Wagner Moura encarna Vieira de Mello, tendo como companheira de tela a cubana Ana de Armas. Armas está em destaque em Hollywood, protagonizando filmes de sucesso, como “Blade Runner 2049” e “Knives Out”. Ela estará no próximo filme da franquia James Bond, “No Time to Die”. Já Moura continua com espaço no mercado americano após o sucesso de seu Pablo Escobar em “Narcos”, da Netflix. O filme chega à plataforma de streaming em 17 de abril.

Com orçamento estimado em 16 milhões de dólares, a produção foi filmada na Tailândia, na Jordânia e no Rio de Janeiro (o Iraque não era uma opção como local seguro de trabalho).

A direção é de Greg Barker, em sua primeira incursão pela ficção. Ele é especialista em documentários, tendo dirigido o bem-sucedido “The Final Year” (2017), sobre o último ano de Barack Obama na Casa Branca, e um documentário de 2009 para a HBO sobre a morte de Vieira de Mello. O roteiro é de Craig Borten, indicado ao Oscar pelo excelente “Clube de Compras Dallas”.

Outros destaques do festival incluem “Promising Young Woman”, com direção de Emerald Fennell e com Carey Mulligan, Alison Brie e Bo Burnham no elenco; “Zola”, dirigido por Janicza Bravo e com Taylour Paige e Riley Keough no elenco; e “Possessor", de Brandon Cronenberg, com Andrea Riseborough e Christopher Abbott no elenco. Vale ficar de olho.

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