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Sucesso brasileiro na Paralimpíada mostra como fazer muito com quase nada

A despeito da falta de incentivo para os atletas, os resultados do Brasil estão cada vez melhores ㅡ e revelam um grande potencial negligenciado

Jogos Paralímpicos: cerimônia de encerramento acontece no próximo domingo 5. (Alex Pantling/Getty Images)

Jogos Paralímpicos: cerimônia de encerramento acontece no próximo domingo 5. (Alex Pantling/Getty Images)

MD

Matheus Doliveira

Publicado em 3 de setembro de 2021 às 18h05.

Última atualização em 8 de setembro de 2021 às 11h58.

Se formar como atleta olímpico no Brasil não é fácil. Representar o país numa Paralimpíada é mais desafiador ainda. Na carência de uma cultura que incentiva os atletas, os desportistas paralímpicos que naturalmente já precisam trabalhar em cima de suas limitações físicas também são colocados à prova ao terem de driblar inúmeros obstáculos, passando pela falta de locais adequados para treinar e pela ausência de boas remunerações e patrocínios que permita viver exclusivamente do esporte.

    Ao contrário do que deveria ser, o que não faltam são histórias de desportistas que tiveram de comer o pão que o diabo amassou antes de conquistar uma medalha. Dos que vendiam bala no farol entre os treinos aos que ainda tentam sobreviver com uma bolsa no valor de um salário-mínimo, o sucesso brasileiro na Paralimpíada de Tóquio revela nossa capacidade de fazer muito com quase nada.

    Faltando dois dias para a cerimônia de encerramento dessa edição dos Jogos Paralímpicos, o leite que a delegação brasileira conseguiu extrair das pedras rendeu ao país 61 medalhas até o momento, mantendo o Brasil entre as dez nações com mais títulos.

    Com 21 ouros, 14 pratas e 26 bronzes, o time Brasil ocupa a sétima posição no ranking mundial de medalhas, ficando atrás da Holanda e Ucrânia, que têm 23 e 24 ouros, respectivamente.

    Durante as últimas competições no final de semana, a briga será para subir pelo menos uma posição no ranking geral e superar a classificação obtida em Londres 2012, quando o país também ficou na sétima posição.

    No sábado 4, a expectativa é que o time Brasil consiga conquistar pelo menos mais dois ouros em duas categorias: às 5h30 da manhã (horário de Brasília), a seleção brasileira de futebol buscará o pentacampeonato na final contra a Argentina. Até hoje, o Brasil nunca perdeu uma partida nas Paralimpíadas.

    Às 9 horas da manhã (horário de Brasília), Petrúcio Ferreira, Thomas Ruan e Lucas de Souza disputarão os 400 metros livres do atletismo na categoria T45 (deficiência nos membros posteriores). Na categoria dos 100 metros livres, Petrúcio Ferreira levou ouro em Londres 2012 e no Rio 2016.

    Além dessas competições, os atletas brasileiros ainda participarão, no sábado, do tiro esportivo misto (00h30); do salto em distância masculino (07h00); do arremesso de peso masculino classe F33 e classe F63 (7h5 e 7h44, respectivamente). No domingo, os jogos serão encerrados. Nesse dia não haverá competições.

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