Réplica da Millennium Falcon na Disneylândia, na Califórnia (Mario Anzuoni/Reuters)
Reuters
Publicado em 12 de março de 2021 às 10h42.
Espaçonaves disparando à velocidade da luz ou mais rápido que isso são um lugar comum da ficção científica. Pense na Millennium Falcon dos filmes "Star Wars" e na Enterprise de "Jornada Nas Estrelas". Tais viagens parecem pura especulação, mas será que são?
Seu dinheiro está seguro? Aprenda a proteger seu patrimônio
Uma nova pesquisa de autoria de um físico norte-americano oferece um projeto em potencial para as viagens superluminais --acima da velocidade da luz-- usando física convencional, ao invés de um conceito baseado em partículas hipotéticas e estados da matéria com propriedades físicas exóticas.
O estudo, publicado nesta semana no periódico científico Classical and Quantum Gravity, afasta a questão das viagens superluminais um passo da pesquisa teórica e avança um passo rumo a um desafio de engenharia, de acordo com o físico Erik Lentz, que realizou o trabalho na Universidade de Göttingen, na Alemanha.
Um grande obstáculo permanece, disse Lentz, em se encontrar uma maneira de diminuir dramaticamente a quantidade imensa de energia necessária para abastecer um motor de "dobra espacial" teórico antes de qualquer esperança de se construir um protótipo.
"Uma tecnologia de 'dobra espacial' é vislumbrada principalmente para acelerar o transporte no espaço profundo", disse Lentz. "Ela pode ser usada para acentuar as ambições atuais de viagem interplanetária e interestelar reduzindo drasticamente o tempo de viagem e ampliando as janelas de missões."
A estrela mais próxima do nosso sistema solar é Proxima Centauri, localizada a 4,25 anos-luz --a distância que a luz percorre em um ano. A luz viaja a cerca de 300 quilômetros por segundo e percorre 9,5 trilhões de quilômetros por ano.
Usando combustível de foguete tradicional, seriam necessários entre 50 mil e 70 mil anos, aproximadamente, para se chegar a Proxima Centauri, e a propulsão nuclear com a tecnologia proposta exigiria cerca de 100 anos, explicou Lentz.
Já uma viagem à velocidade da luz tomaria quatro anos e três meses.
O projeto de Lentz vislumbra viagens acima da velocidade da luz, o que "tem o potencial de viagens interestelares de ida ou ida e volta dentro do tempo de uma vida humana".
"Se nos limitarmos a viajar em velocidades abaixo da luz, espaçonaves multigeracionais precisam ser usadas para destinos além das estrelas mais próximas, o que é basicamente um caixão pretensioso, ao menos para a primeira geração de pessoas. Não acho esta perspectiva nem de longe tão inspiradora", disse Lentz.