Spaghetti: drinque combina cerveja com uma dose de aperol e limão (bhofack2/Divulgação)
Repórter de Casual
Publicado em 28 de julho de 2025 às 11h47.
Última atualização em 28 de julho de 2025 às 14h03.
Seja em lata ou garrafa, a bebida alcoólica mais consumida pelos brasileiros é a cerveja. Na taça, no copo lagoinha e direto da embalagem, a bebida é servida pura. No entanto, nos Estados Unidos, o consumo da bebida fermentada é acompanhado de uma dose de aperol e limão. O drinque batizado de Spaghett teve um aumento de 1000% no consumo de 2022 para este ano, segundo o site Business Insider. O que representa não apenas uma tendência no paladar dos americanos, mas um reflexo da economia.
Por lá, o Spaghett está cada vez mais presente nos cardápios dos bares. Em casa, o preparo é fácil, e as redes sociais, como sempre, ajudam na popularização das receitas — o morango do amor que o diga.
O aperitivo adiciona dose de complexidade ao drinque. Para Alê D’Agostino, mixologista do Guilhotina Bar, a combinação entre cerveja e o aperitivo faz sentido. “Acho que é uma saída para economizar. Fica um drinque bonito. Nos anos 1990 até os anos 2000, se tomava chope com groselha no Brasil. Mas aí é outra história. O aperol tem uma pegada um pouco amarga no final, que deve funcionar com uma cerveja leve. O pessoal faz aquele drinque submarino que é Jagermeister com cerveja", diz.
Além disso, o drinque segue uma tendência de diminuição do consumo de álcool e corte de gastos com bebidas. “As pessoas estão procurando gastar menos com bebida, porque os insumos estão caros. Então acho que começam a surgir essas alternativas, tem muita gente fazendo insumos próprios como infusões e xaropes, o que acaba barateando bastante o custo, mas não no sentido de qualidade, obviamente”, diz.
Trocar um Aperol spritz por uma cerveja, devolve um valor significativo à carteira. Já o Spaghett aparece como uma alternativa para um drinque menos elaborado e custoso.
“Muitas pessoas estão controlando melhor o consumo de álcool, seja bebendo menos ou procurando por consumir em apenas momentos de celebração. Falo pela minha própria experiência. Os bares também estão oferecendo mais versões de coquetéis não alcoólicos, mas acho que ainda tem muito a ser desenvolvido em tecnologia, com bebidas destiladas não alcoólicas”.
Segundo o Business Insider, o drinque do verão europeu é o Hugo Spritz, feito com espumante, licor de flor de sabugueiro, água com gás e hortelã. Para D’Agostino, os spritz aparecem como uma tendência para o Brasil. “Eu já comecei a ver algumas coisas assim, acho que o spritz continua, mas a gente entendeu que é uma categoria, então sai do aperol. O licor de flor de sabugueiro é bem saboroso e você usa pouco, ele funciona bem para misturar com espumante, fica bonito também, as pessoas gostam, o drinque fica mais cristalino”.
O termo ‘spritz’ foi originado na Alemanha, ao adicionar água com gás ao vinho branco. “É complicado pensar qual que é a regra para considerar um drinque um spritz. Mas, penso em algo que tem que um vinho e algum tipo de gás, seja um vinho carbonatado ou misturado com uma bebida carbonatada. Daí surgem diferentes variações como aperitivos, caso do aperol, que é um licor e por aí vai”.
Para além dos drinques, D’Agostino percebe outra tendência em bares brasileiros, uma melhor elaboração de comidinhas para acompanharem os drinques. “Em São Paulo, o bairro da Barra Funda tem bons exemplos, como o recém-aberto Suei e a dupla Trago e Estrago”.
O aperol irá adicionar uma dose extra de sabor às cervejas no Brasil? Para D’Agostino, trata-se de uma bebida interessante, “ainda que o brasileiro não tenha o hábito de fazer drinques com cerveja”.