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Sou um bom piloto, não podia dizer não à Williams, diz Massa

Após anunciar sua aposentadoria na Fórmula 1 no final do ano passado, o piloto brasileiro voltou atrás e irá competir neste ano

 (Clive Mason/Getty Images)

(Clive Mason/Getty Images)

Fernando Pivetti

Fernando Pivetti

Publicado em 25 de março de 2017 às 07h45.

Última atualização em 25 de março de 2017 às 07h45.

São Paulo – Começa neste domingo mais uma temporada da Fórmula 1 com o Grande Prêmio da Austrália. Entre tantas novidades com os carros e as escuderias, o que nem todo mundo sabia é que a principal categoria do automobilismo mundial ficou muito perto de não ter a participação de pilotos brasileiros pela primeira vez em décadas.

Com a notícia da aposentadoria de Felipe Massa, e após Felipe Nars ficar sem equipe para disputar o campeonato, 2017 prometia ser um capítulo triste da história do esporte no Brasil.

Mas o anúncio relâmpago da aposentadoria do piloto da Williams Nico Rosberg, e o convite da escuderia para que o piloto brasileiro ocupasse a vaga deixada pelo colega alemão, conduziu Massa novamente às pistas para disputar o seu 16º campeonato mundial cercado de expectativas.

Em entrevista a EXAME.com, o brasileiro diz se considerar um bom e importante piloto para a Fórmula 1, fato que levou ao convite da Williams para voltar a correr.

Massa também conta que os pilotos brasileiros passam por um momento de dificuldade. Ele aponta as deficiências das categorias de base como foco do problema e diz esperar algum novo nome para substituí-lo.

Confira na íntegra a entrevista concedida por Felipe Massa ao site da EXAME.

EXAME.com – Quais são as melhores lembranças da sua carreira na Fórmula 1?

Felipe Massa - As minhas melhores memórias são das vitórias que eu tive ao longo do tempo. Eu diria que vencer o Grande Prêmio do Brasil, em 2006, é a melhor, porque naquele momento eu estava realizando o sonho de ganhar em Interlagos. Meu sonho sempre foi chegar à Fórmula 1 e também de ganhar no Brasil, então esse foi o meu melhor dia da minha carreira.

Por que você decidiu voltar a correr pela Fórmula 1, mesmo após anunciar a aposentadoria?

Bem, com certeza eu estava planejando relaxar, mas meu plano sempre foi continuar correndo, é o que eu amo fazer. Então, quando eu tive a oportunidade de continuar com a Williams, eu não pude dizer não. Eu tenho muito amor por essa equipe e o trabalho incrível que fizemos juntos, e espero que possamos ter uma grande temporada.

O convite de Williams para competir nesta temporada foi uma surpresa?

Foi uma surpresa quando Nico (Rosberg) decidiu se aposentar, mas não acho que seja uma novidade quando um grande nome deixa Fórmula 1 e as equipes, como a Mercedes e Williams, precisam continuar com pilotos bons e importantes. Nesse caso, eu acredito que sou um desses. Quando recebi a chamada perguntando se eu voltaria, eu não pude dizer não.

Voltando à sua carreira, quais foram os momentos mais desafiadores?

Eu tive muitos momentos difíceis na minha carreira, desde o início e até mesmo agora. Eu tenho desafios diferentes com regras diferentes e, para ser honesto, cada ano é um desafio diferente.

Você acredita que existe uma pressão dos fãs e da mídia em sempre comparar os pilotos brasileiros a Ayrton Senna? Você passou por isso?

Senna foi o melhor piloto do mundo e eu diria que é o melhor piloto da história da Fórmula 1, e ele é brasileiro. Então a comparação está sempre lá, mas você não pode realmente pensar sobre essa comparação. Você tem que pensar em fazer o seu melhor e tentar alcançar algo semelhante ao que ele fez. Se você pode fazer algo semelhante, é definitivamente uma sensação incrível.

Você sente que hoje existem dificuldades para os brasileiros ficarem na Fórmula 1?

Acho que é difícil para qualquer piloto ficar na Fórmula 1. Não tem nada a ver com sua nacionalidade, é uma questão de talento, de resultados e o que você está fazendo no carro. Então tudo depende de vários fatores.

Como você vê o automobilismo brasileiro hoje em relação ao número de pilotos ativos, dificuldades e desafios?

Esse é definitivamente um momento difícil para o automobilismo no Brasil. Não apenas na Fórmula 1, mas em todas as outras categorias. É difícil encontrar um piloto brasileiro se destacando nas categorias de base. As escolas no Brasil - que ensinam os jovens pilotos a chegarem na Europa com uma experiência muito boa - não são as mesmas que eram no passado, e esse momento difícil tem muito a ver com isso. Eu realmente espero que as coisas possam melhorar no futuro e que possamos ter outro garoto para me substituir.

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