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Sony cancela lançamento de paródia do regime norte-coreano

Após o anúncio, crescem as suspeitas de que Pyongyang ordenou o ataque virtual em novembro contra o estúdio de Hollywood

Kim Jong-Un visita uma fábrica em Pyongyang: Sony Pictures cancelou a estreia de um filme que fazia uma paródia sobre o regime norte-coreano (KNS/AFP)

Kim Jong-Un visita uma fábrica em Pyongyang: Sony Pictures cancelou a estreia de um filme que fazia uma paródia sobre o regime norte-coreano (KNS/AFP)

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Da Redação

Publicado em 18 de dezembro de 2014 às 09h25.

Los Angeles - A Sony Pictures anunciou na quarta-feira o cancelamento oficial da estreia do filme "A Entrevista", um filme que supostamente ofendia a Coreia do Norte e seu dirigente King Jong-un, prevista para 25 de dezembro.

Ao mesmo tempo, crescem as suspeitas de que Pyongyang ordenou o ataque virtual em novembro contra o estúdio de Hollywood.

A Sony decidiu não colocar no mercado o filme "A Entrevista", uma paródia que enfureceu os norte-coreanos e desencadeou uma série de ameaças de hackers.

"Tendo como base a decisão da maior parte de nossos exibidores de não lançar o filme 'A Entrevista', decidimos não levar adiante a estreia nos cinemas", disse a Sony em comunicado.

Os atores americanos Seth Rogen e James Franco protagonizam o filme, que conta a história de uma operação fictícia da CIA para assassinar o dirigente Kim Jong-un, repleta de piadas escatológicas e sexuais.

A imprensa americana informa que as autoridades que investigam o caso têm a certeza de que Pyongyang está por trás dos vazamentos de informações confidenciais da Sony.

"Esta linha de investigação parece correta", afirmou à AFP uma fonte da Sony Pictures que pediu anonimato.

O governo de Barack Obama "está se preparando para culpar a Coreia do Norte", afirmou o canal CNN. A acusação formal pode ser feita em breve.

O governo da Coreia do Norte negou qualquer envolvimento com o ciberataque, que segundo analistas pode ter sido executado por funcionários descontentes ou por simpatizantes de Kim Jong-un ofendidos com o filme.

A decisão da Sony de cancelar a estreia do filme, que chegaria aos cinemas americanos em 25 de de dezembro e no final de janeiro no Brasil, aconteceu depois que as principais redes de cinema anunciaram que não exibiriam o longa-metragem. Isto pode custar muito dinheiro para o estúdio, levando em consideração que o Natal é uma das épocas mais importantes de faturamento.

A empresa também admitiu que não tem planos para lançar a comédia no futuro.

Desta forma, tiveram efeito as ameaças do autodenominado grupo GOP (Guardians of Peace, Guardiães da Paz), que na terça-feira mencionou os ataques de 11 de setembro de 2001 em uma advertência aos cinéfilos que desejavam assistir o filme.

"A Entrevista", em poucas palavras, é uma mistura entre um James Bond de araque e um longa-metragem ao estilo "Se Beber Não Case", dirigido principalmente ao público masculino que vai ao cinema em busca de diversão.

Mas o regime da Coreia do Norte prometeu "represálias cruéis" para um filme que considerava um "ato de terror sem sentido", apesar de ter negado estar por trás dos ataques cibernéticos que afetaram a Sony Pictures, estúdio que financiou o longa-metragem.

O filme conta a história do apresentador de um programa de TV, Dave Skylark (Franco), e seu produtor (Rogen), que têm a possibilidade de entrevistar o ditador do país mais fechado do mundo, que no filme é um grande fã do programa sensacionalista do jornalista.

Mas a CIA, por meio de uma agente sexy, Lacy (interpretada por Lizzy Caplan), convence a dupla a assassinar Kim Kong-un com uma dose de ricina, aproveitando o acesso ao líder norte-coreano.

Tudo vai bem até que a dupla chega a Pyongyang e Skylark sai para uma noite de farra com Kim, durante a qual conversam sobre basquete e fazem piadas sobre gays e as canções de Katy Perry.

O personagem de Franco decide que não pode matar o novo amigo, o que provocará muitas dores de cabeça e terminará com Kim irritado.

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