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Snorkel e pés de pato: os itens necessários para visitar essa exposição subaquática

Em Cannes, a arte também está embaixo d’água, com as esculturas do artista britânico Jason deCaires Taylor

Uma das seis esculturas de rostos divididos ao meio. (Jason deCaires Taylor/Reprodução)

Uma das seis esculturas de rostos divididos ao meio. (Jason deCaires Taylor/Reprodução)

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Julia Storch

Publicado em 5 de março de 2021 às 11h33.

Cannes ganhou mais um ponto turístico além das belas praias e do famoso festival de cinema: um museu subaquático. Feitas pelo artista britânico Jason deCaires Taylor, a exposição permanente no Museu Submerso de Cannes, conta com uma série de esculturas subterrâneas no Mar Mediterrâneo.

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Ao redor da ilha de Sainte-Marguerite foram submersas seis esculturas com o rosto de moradores de Cannes, de crianças a idosos. Feitas de cimento, com pH neutro, as esculturas têm dois metros de altura, pesam mais de dez toneladas e são texturizadas para atrair a fauna e a flora marinha, como a Posidonia oceanica. “Este tipo de erva marinha é conhecido como 'o pulmão do mundo', pois produz uma quantidade incrível de oxigênio”, contou o artista ao Architectural Digest.

Além disso, os rostos divididos ao meio e com tamanhos diferentes, foram feitos desta forma a fim de, a parte maior do rosto estar relacionada a uma máscara, enquanto o outro lado, menor, com um rosto real. A intenção de ter dois lados com tamanhos diferentes é uma metáfora aos oceanos que, “por fora parecem fortes e indestrutíveis, mas abaixo da superfície são frágeis e precisam de proteção”, disse o artista. 

Posicionado em águas claras e rasas, de dois a três metros abaixo do nível do mar, é possível visitar as obras apenas com um snorkel. Barcos não são permitidos nos arredores das obras.

A instalação das obras no fundo do mar, próximo à ilha de Sainte-Marguerite. (Jason deCaires Taylor/Reprodução)

O projeto, financiado pela prefeitura da cidade francesa, tem a intenção de “atrair mais pessoas para o fundo do mar”, disse deCaires Taylor sobre a finalidade do trabalho em trazer uma conscientização ambiental. Com o trabalho, o artista pôde contribuir com a limpeza das águas, ao retirar detritos do local.  “Havia muito lixo, como canos velhos, motores de barco descartados e cabos”, diz deCaires Taylor ao AD. “Acho que temos um conceito errado de que o mundo subaquático é lindo, cheio de recifes de coral, mas nem sempre é o caso”, completou.

Este não é o primeiro trabalho submerso de deCaires Taylor. Desde 2006 o britânico vem “afogando” suas esculturas. Pelos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico, mais de mil esculturas servem como recifes de coral artificiais, de Cancun às Maldivas, passando pela Austrália e Espanha. Seu próximo projeto, programado para este ano, será em Chipre.

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