Academia da Smart Fit (Instagram Smart Fit/Reprodução)
Daniel Salles
Publicado em 26 de outubro de 2020 às 06h00.
Última atualização em 26 de outubro de 2020 às 08h58.
Alguma debandada, por razões óbvias, era de esperar. Em comunicado direcionado aos acionistas, divulgado no dia 7 de outubro, a Smart Fit informou que sua atual carteira de clientes soma 2.497.000 de alunos. Quer entender a evolução da pandemia e o cenário de reabertura do país? Acesse a EXAME Research
É um número impressionante, mas um tanto diferente do anunciado no dia 7 de julho passado: 2.695.000. Significa que a rede perdeu 198 mil clientes nos últimos três meses. São números que englobam as demais marcas do grupo, como Bio Ritmo e 02 (o grupo se espalha por 12 países da América Latina).
Consideradas só academias que ostentam o logotipo da Smart Fit, o tombo, no mesmo período, foi de 191 mil alunos. Eram 2.637.000 em julho e agora são 2.446.000. Registre-se que nenhuma Smart Fit no país fechou as portas em definitivo na quarentena e que a maioria já voltou à ativa.
Das 830 atuais, 332 ficam no Brasil (o segundo país com mais unidades é o México, com 166). “A frequência está crescendo e já retomamos nosso plano de crescimento”, informa diz André Pezeta, vice-presidente da rede. Em julho, é verdade, a marca Smart Fit somava 815 (e o grupo, 852, número que subiu para 865). Analisadas só as redes Bio Ritmo e 02, que somavam 37 unidades e, agora, 35, o total de alunos diminuiu de 58 mil para 51 mil, também entre julho e outubro.
“Os clientes tiveram a cobrança de mensalidades congelada durante o período de fechamento das academias, sendo realizada a cobrança da manutenção anual, taxa de adesão e pendências de pagamentos existentes antes do fechamento”, informou Afonso Sugiyama, diretor de relações com investidores. “No mês de setembro, destacamos a reabertura das academias na Cidade do México, e das academias nas principais cidades na Colômbia, incluindo Bogotá e Medellin”.
Para se manter conectado com seus clientes, o grupo fez o possível para fincar um pé no universo virtual. “A gente não poderia deixar nossos clientes desatendidos”, diz Pezeta. Com 30 unidades no Brasil, a Bio Ritmo alugou para os alunos 500 bikes de spinning — as mais em conta custam 399 reais por mês — e apostou em aulas virtuais, que custam 14,90 reais para não associados. Já a Smart Fit lançou na quarentena o site Treine em Casa, que agrupa aulas de mais de 20 modalidades. Gratuita até para quem não é cliente do grupo, a plataforma registrou 23 milhões de visitantes únicos nos primeiros quatro meses.
No novo normal, segundo Pezeta, as pessoas não vão dar adeus à academia para suar a camisa exclusivamente em casa. “Acredito num cenário híbrido, no qual os treinos domésticos funcionarão apenas como um complemento”, emenda. E aproveita para dizer que as academias da Europa já registram uma frequência 95% similar à de antes da pandemia — o mesmo dado relacionado à Smart Fit é mantido em sigilo.