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Sítio Roberto Burle Marx é declarado Patrimônio Mundial pela Unesco

Reconhecido na categoria de "locais culturais", o Sítio Roberto Burle Marx é o 23º patrimônio brasileiro incluído na lista da Unesco

O sítio no Rio de Janeiro que pertenceu a Roberto Burle Marx. (AFP/AFP)

O sítio no Rio de Janeiro que pertenceu a Roberto Burle Marx. (AFP/AFP)

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Publicado em 27 de julho de 2021 às 12h06.

Última atualização em 27 de julho de 2021 às 12h39.

O sítio em Pedra de Guaratiba, no Rio de Janeiro, que pertenceu a Roberto Burle Marx (1909-1994), criador dos jardins tropicais que revolucionaram o paisagismo, foi reconhecido, nesta terça-feira (27), como Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Anunciada na conta do Twitter desta agência da ONU, a decisão foi adotada durante a 44ª reunião anual do Comitê do Patrimônio Mundial das Nações Unidas que analisa em Fuzhou (China) os pedidos para 2020 e 2021. As demandas se acumularam, devido à pandemia do coronavírus.

Reconhecido na categoria de "locais culturais", o Sítio Roberto Burle Marx é o 23º patrimônio brasileiro incluído na lista da Unesco.

Esse foi "o laboratório de experiências botânicas e paisagísticas de Burle Marx. Aqui ele aprendeu e entendeu como funcionavam - biológica, ecológica e esteticamente - as espécies que depois foram aplicadas nos jardins", disse à AFP a bióloga Suzana Bezerra, uma das educadoras que trabalha no local, convertido em museu.

Adquirida por Burle Marx e seu irmão em 1949, a propriedade era uma antiga plantação de café e banana localizada no meio de uma densa Mata Atlântica, cerca de 50 km ao sul do Rio de Janeiro.

Ao longo de 45 anos, o paisagista, artista visual e explorador povoou este sítio com espécies que coletava em suas expedições aos diversos biomas brasileiros, assim como a outros países, para estudá-las e incorporá-las em suas criações.

Exuberantes palmeiras, bromélias, aráceas com folhas gigantes e cores vivas, lagoas com espécies aquáticas: os jardins externos e os viveiros do local reúnem cerca de 3.500 espécies tropicais e subtropicais e condensam, como nenhum outro lugar, a força da natureza que ele buscou traduzir em suas criações.

Filho de um migrante judeu alemão e de uma brasileira de origem francesa, Burle Marx foi um dos pioneiros da ecologia e um dos primeiros a usar a flora nativa, em vez de trazê-la da Europa.

Em suas expedições, descobriu dezenas de espécies e, ao longo de sua vida, projetou mais de 3.000 parques e jardins públicos e privados - a maioria deles no Brasil, mas também na Venezuela, nos Estados Unidos e no Sudeste Asiático.

Entre suas obras de paisagismo de maior destaque, estão as famosas calçadas da praia de Copacabana, o Aterro do Flamengo (construído em aterros em frente à Baía de Guanabara) e os jardins de Brasília, capital projetada e construída pelo urbanista Lúcio Costa e pelo arquiteto Oscar Niemeyer.

Após passar por uma reforma e depois de dez meses fechado ao público por causa da pandemia da covid-19, o Sítio foi reaberto em janeiro passado.

Além das riquezas naturais, os visitantes podem conhecer o lugar onde Burle Marx viveu de 1973 até sua morte, em 1994, com seus móveis, pertences, pinturas e esculturas, além de coleções de outros artistas.

Também é possível visitar a "Cozinha de Pedra", um amplo ambiente semiaberto onde organizava festas e encontros frequentados por artistas, poetas, arquitetos, músicos e cientistas, como Helio Oiticia e Lygia Clark, Niemeyer e Le Corbusier, Pablo Neruda, Elizabeth Bishop, ou Susan Sontag.

Desde sua criação, o Comitê do Patrimônio Mundial, composto por representantes de 21 Estados, inscreveu mais de 1.100 sítios de mais de 165 países em sua lista.

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