Simone Biles durante Olimpíada de Tóquio. (Dylan Martinez/Reuters)
Reuters
Publicado em 15 de setembro de 2021 às 12h58.
As ginastas olímpicas norte-americanas Simone Biles e Aly Raisman vão prestar depoimento nesta quarta-feira sobre o abuso sexual que sofreram nas mãos do médico de ginástica dos EUA Larry Nassar, conforme o Senado dos EUA avalia por que o FBI fracassou na investigação dos crimes.
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Biles e Raisman comparecerão ao Comitê Judiciário do Senado ao lado da ex-companheira de equipe olímpica McKayla Maroney e da ex-ginasta Maggie Nichols, que foi a primeira vítima a denunciar o abuso à USA Gymnastics.
A audiência acontece depois que o inspetor-geral do Departamento de Justiça, Michael Horowitz, divulgou em julho um relatório contundente em que criticou o FBI por comprometer sua investigação em uma série de erros que permitiram que o abuso continuasse por meses.
Horowitz também irá depor na quarta-feira, assim como o diretor do FBI Chris Wray, que deve enfrentar severos questionamentos bipartidários sobre por que os agentes que prejudicaram a investigação nunca foram processados por sua má conduta.
A investigação do FBI sobre Nassar começou em julho de 2015, depois que o presidente da USA Gymnastics, Stephen Penny, relatou as alegações ao escritório do FBI em Indianápolis e forneceu aos agentes os nomes de três vítimas dispostas a serem interrogadas.
Esse escritório, então liderado pelo agente especial responsável W. Jay Abbott, não abriu formalmente uma investigação. O FBI interrogou apenas uma testemunha meses depois, em setembro de 2015, e não documentou formalmente essa entrevista em um relatório oficial conhecido como "302" até fevereiro de 2017 - bem depois que o FBI prendeu Nassar sob a acusação de posse de imagens sexualmente explícitas de crianças em dezembro de 2016.
O escritório também não compartilhou as alegações com as agências locais ou estaduais de segurança.
O FBI anteriormente chamou o comportamento de Abbott de "terrível" e disse que o agente especial de supervisão permanece com o FBI, mas não é mais um supervisor e "não está trabalhando em mais nenhum assunto do FBI".
Nassar, que foi médico principal das ginastas olímpicas, foi condenado em 2017 a 60 anos de prisão sob a acusação de posse de material de abuso sexual infantil.
No ano seguinte, ele também foi condenado a 175 e 125 anos, respectivamente, em dois tribunais separados em Michigan, por molestar ginastas sob seus cuidados. Os promotores estimam que ele agrediu sexualmente centenas de mulheres.