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Silhuetas simples e bordados sem excesso marcam o Oscar 2015

Impossível dizer que não há audácia no vestido branco da Dior com que a francesa Marion Cottilard surgiu


	Julianne Moore: a atriz estava deslumbrante de longo com brilhos Chanel, feito sob medida por Karl Lagerfeld
 (Getty Images)

Julianne Moore: a atriz estava deslumbrante de longo com brilhos Chanel, feito sob medida por Karl Lagerfeld (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 23 de fevereiro de 2015 às 07h07.

No período pré-Oscar, muito se falou sobre a falta de criatividade das atrizes na hora de escolher o vestido com que cruzam o tapete vermelho. Os mais críticos afirmaram que, nos últimos anos, elas chegam à premiação parecendo madrinhas ou formandas. Não é bem assim.

Impossível dizer que não há audácia no vestido branco da Dior com que a francesa Marion Cottilard surgiu no red carpet. Em tempos de crise generalizada, o estilista da maison, Raf Simons, parece estar alinhado ao espírito do tempo, que pede sensatez e comedimento.

Ele soube traduzir com exatidão o que uma mulher precisa para se destacar hoje, sem apelar para o excesso nem parecer alienada.

O vestido surpreendeu pela silhueta afastada do corpo, pelo detalhe nas costas e pela faixa preta que dava um toque esportivo e contemporâneo. Sem contar que era branco, sinônimo de elegância descomplicada.

A mesma cor foi usada por Juliane Moore, deslumbrante de longo com brilhos Chanel, feito sob medida por Karl Lagerfeld. Apesar de ser inteiro bordado e rebuscado, o modelo era um tomara-que-caia reto e, aparentemente, simples. A complexidade, no entanto, está nos detalhes.

Na alta costura, mais do que estampas e silhuetas mirabolantes, o que conta mesmo é o primoroso trabalho artesanal, que envolve repetidas provas e uma equipe de modelistas e bordadeiras altamente qualificada.

Outra prova disso? O rico vestido de Emma Stone, um verde inusitado, de mangas compridas transparentes, com as costas de fora e uma fenda matadora.

O look é do estilista libanês Elie Saab, mestre em criar modelos glamourosos e um dos mais requisitados para momentos como esse.

Já o longo de Lupita Nyong'O, com corpete inteirinho bordado de pérolas, assinado pelo brasileiro Francisco Costa, diretor criativo da Calvin Klein, não foi uma unanimidade.

Mas, ao assumir riscos de uma forma moderna, Lupita confirma seu status de fashionista número 1 entre as atrizes de Hollywood.

Aliás, se arriscar é mesmo preciso, a inglesa Felicity Jones deve ter agradado à turma ávida por emoção no Oscar. Em termos de beleza, porém, o look desenhado por Sara Burton, da grife Alexander McQueen, não brilhou.

O polêmico vestido tinha uma modelagem bufante meio antiga e uma cor apagada. Outra inglesa, Rosamund Pike, fez mais bonito. Aos 36 anos, depois de viver uma bondgirl e atuar em vários pequenos papéis no cinema, ela finalmente encontrou sua grande chance no filme Garota Exemplar e chegou ao Oscar pela primeira vez com um modelo à altura: um Givenchy vermelho, que valorizava o seu corpo, combinado a sandálias também vermelhas.

Veterana do red carpet, Gwyneth Paltrow também acertou ao surgir com um longo do mesmo tom de rosa que usou ao receber sua primeira e única estatueta, em 1998. Superjusto, o vestido atual seria quase minimalista, não fosse a grande flor aplicada no ombro. E a diversão da produção parou por aí.

Afinal, essa é realmente uma temporada de ousadias comedidas. Moda, sim. Frivolidade, não. E quem passa a mensagem são as próprias estrelas, como Cate Blanchett e Reese Whiterspoon, que encamparam o movimento #askhermore (pergunte mais para elas).

Nas redes sociais, elas pediam que os jornalistas perguntassem no tapete vermelho algo além de "o que você está vestindo?" Funcionou, mas nem tanto, já que a questão era a primeira a ser levantada. A propósito, Cate vestia John Galliano e Reese, Tom Ford.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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