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Sete crianças de comunidades do Rio são aprovadas em seletiva do balé Bolshoi

Aulas começam em fevereiro em Joinville. Alunos receberão bolsa integral do curso, que dura oito anos, e benefícios como auxilio alimentação

Escola Bolshoi: inclusão para crianças das comunidades periféricas do Rio (Nisian Hughes/Getty Images)

Escola Bolshoi: inclusão para crianças das comunidades periféricas do Rio (Nisian Hughes/Getty Images)

AO

Agência O Globo

Publicado em 10 de outubro de 2022 às 07h23.

Última atualização em 10 de outubro de 2022 às 12h12.

Sete crianças de projetos sociais de comunidades do Rio, como Complexo do Alemão e Engenho da Rainha, e de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense - estão prestes a dar uma pirueta na vida. Depois de passar por uma bateria de testes, foram aprovadas para ingressar numa das mais conceituadas escolas de balé do mundo, a Escola Bolshoi, com sede em Joinville, Santa Catarina. Elas concorreram com outros 330 pequenos, de dez estados do Brasil e da Argentina.

— Os candidatos cariocas se destacaram pelo esforço. O Rio é um celeiro de talentos. Eles estão ali (entre os selecionados) por merecimento, porque queriam muito, tinham fogo nos olhos e buscavam um futuro diferente. Foi isso que colocou eles nesta lista, o que nos deixa muito felizes — afirma Sylvana Albuquerque, coordenadora da seleção nacional do Bolshoi.

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Foram selecionadas 40 crianças (20 meninos e 20 meninas) para o primeiro ano do curso de dança clássica, com duração de oito anos, que terá inicio em fevereiro. Alem de bolsa integral, elas ganharão benefícios como alimentação, transporte, uniformes, figurinos, assistência social, orientação pedagógica, assistência odontológica preventiva, atendimento fisioterápico, nutricional e assistência médica de emergência/urgência pré-hospitalar.

Alessandra Vitoria Costa da Rocha, de 9 anos, e Maria Eduarda Ferreira de Figueiredo, de 10, foram as duas alunas aprovadas do projeto Vidançar, que acaba de completar 12 anos transformando vidas no Complexo do Alemão. À frente da iniciativa, Ellen Serra destaca que “foi um grande resultado para as comunidades periféricas do Rio” :

— Nossas alunas concorreram com crianças megapreparadas de escolas particulares do Brasil e do exterior. Elas moram em território vulnerável, convivem com a violência. Terem passado num processo seletivo tão importante mostra que elas se dedicam e conseguem chegar lá, o que falta é oportunidade. Agora elas vão participar da maior escola de balé do mundo, o que nos enche de orgulho e emoção.

Para Alessandra e Maria Eduarda participarem da seleção do Bolshoi, em Joinville, elas contaram com a ajuda de uma vaquinha on-line. Agora, com a vaga garantida, para estudarem na escola, será lançado mais um financiamento coletivo.

A mãe de Alessandra, a auxiliar de serviços gerais Rosiane Guedes revela que a menina sempre gostou de dançar e que enfrentou dificuldades para fazer as aulas de balé.

— Ela começou a pedir para matriculá-la ainda com 3 anos. Mas eu não tinha condições de pagar. Até que conheci o projeto Vidançar que aceitava crianças a partir de 4 anos e ela precisou esperar completar essa idade. Teve uma época, por causa do trabalho, que eu não podia levá-la, mas uma mãe de uma amiga conseguia e nos ajudava. Fizemos de tudo para ela não perder as aulas e a vaga no projeto.

Rosiane conta ainda que Alessandra, a família e escola estão extremamente felizes com o bom desempenho das meninas.

— Somos gratos a todo mundo que nos apoiou e a Deus por tudo isso que está acontecendo em nossas vidas. Quando ela soube que ia participar da audição já ficou super feliz e animada. Agora então…Estamos todos assim, radiantes. A nossa ideia é eu ir primeiro com ela e depois o pai e o irmão.

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