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Série da HBO sobre Santos Dumont estreia neste domingo

Programa faz resgate histórico do Brasil na reta final da escravidão e tenta explorar o lado humano do "pai da aviação"

14 Bis: Voo foi realizado por Santos Dumont em 1906 (Reprodução/Wikimedia Commons)

14 Bis: Voo foi realizado por Santos Dumont em 1906 (Reprodução/Wikimedia Commons)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de novembro de 2019 às 12h49.

Última atualização em 10 de novembro de 2019 às 13h42.

São Paulo - Um herói à brasileira. É assim que a HBO vai levar ao público a história de Santos Dumont, famoso inventor que ganhou a alcunha de 'Pai da Aviação' (apesar de a história dar o crédito aos irmãos Wright). A série nacional Santos Dumont, que faz um resgate histórico do Brasil na reta final da escravidão, estreia neste domingo, 10, às 21h, e vai revelar o lado mais humano do ícone brasileiro, mostrando seus erros, tentativas e, obviamente, acertos.

Aliás, essa é a tônica desse novo projeto: como tornar o icônico aviador em alguém de carne e osso. "Desde o princípio, o aspecto mais interessante nesta produção é que nós sempre tentamos humanizar ao máximo o personagem", explica João Pedro Zappa, ator que interpreta nas telas o famoso Alberto Santos Dumont, durante entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.

"Não é muito difícil construir a personalidade de um herói, daquela pessoa que nunca erra. Porém, eu acredito que, no caso dos trabalhos biográficos, o mais relevante é mostrar essa figura em seu aspecto mais íntimo, já que seu legado jamais poderá ser anulado", diz Zappa. Ou seja, não espere nada menos do que um profundo mergulho na mente e nos dramas pessoais do inventor, que por sinal são muitos (sem spoiler) e prometem impressionar o público.

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E essa busca em querer dar profundidade a Dumont, segundo Roberto Rios, vice-presidente corporativo de Produções Originais da HBO América Latina, vem da preocupação de toda a equipe em não fazer apenas uma caricatura do aviador.

"É fácil fazer uma fantasia de Santos Dumont para o Halloween. Basta o bigode, o chapéu Panamá e, em poucos instantes, qualquer pessoa com o mínimo de fisionomia vai conseguir se parecer com ele. Isso não é fazer o Santos Dumont, mas, sim, criar uma caricatura dele", explica Rios ao Estado.

Não à toa, o projeto ficou por quase três anos preso na fase inicial de pesquisas. Nesse meio tempo, os diretores Estevão Ciavatta e Fernando Acquarone foram de Ribeirão Preto a Champs-Elysées, Paris, com direto a visitas à casa do inventor na cidade francesa e à fazenda de café da família Dumont, na região do interior de São Paulo.

É por isso que os diretores apontam a dificuldade técnica da história como o principal motivo que teria deixado Santos Dumont por tantos anos na penumbra das produções audiovisuais. "É uma série histórica, da virada do século, com aeronaves, balões e um cenário de época. Ao todo, quatro idiomas serão utilizados pelos atores", diz Ciavatta.

Réplicas

Todas as invenções de Santos Dumont serão retratadas na televisão, em um longo processo de criação que envolveu o empréstimo de algumas réplicas, como é o caso do 14-Bis. O famoso avião veio do empresário Alan Calassa, que deixou sua réplica perfeita - criada com bambus, madeira e metal -, juntamente com a réplica do Demoiselle, outra famosa criação do inventor, aos cuidados da HBO.

No entanto, muito do que se vê na série foram projetos feitos pela própria produção. "Seus desenhos técnicos, que hoje em dia já não existem mais, foram recriados pelo nosso departamento de arte, em um trabalho muito minucioso", conta Acquarone. Além dos esboços, a equipe também reconstruiu outras importantes invenções de Dumont, como o Dirigível n.º 6, por exemplo.

Já para recriar as inúmeras cenas de voo, foi necessária uma série de experimentações por parte da equipe - algo mais Santos Dumont, impossível -, pois a ideia era diminuir ao máximo o uso de efeitos especiais. "Os voos de balão foram feitos com o auxílio de um guindaste e ficaram incrivelmente parecidos. Mas, até lá, foram necessários inúmeros testes com todos: com a equipe de construção, de efeitos especiais, de segurança e do apoio dos dublês", explica Ciavatta.

Todo esse esforço, segundo Rios, tem um propósito ainda maior. "O mundo inteiro conta a história de seus personagens, de sua cultura e de seus heróis, porém, nós aqui temos o histórico de simplesmente esquecer. Será que as pessoas sabem por que o aeroporto se chama Santos Dumont?", questiona.

Tendo isso em mente, restará ao público descobrir as várias facetas e os mistérios que rondam a personalidade de Dumont - assim como promete Acquarone -, que será "retratado na história em toda a sua brasilidade". "Queremos que as pessoas fiquem apaixonadas por ele, da mesma forma que nós ficamos, e que deem a ele o merecido crédito de inventor do avião, pois ele, de fato, o é", finaliza Ciavatta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Por Maiara Santiago, especial para o Estado

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