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Sérgio Britto abandonou a medicina para se dedicar ao teatro

Ator morre no Rio, aos 88 anos; ele abandonou o curso de medicina em 1945

Britto foi uma das personalidades mais importantes na história do teatro brasileiro (Wikimedia Commons)

Britto foi uma das personalidades mais importantes na história do teatro brasileiro (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 6 de janeiro de 2012 às 14h41.

Rio de Janeiro - O dramaturgo Sérgio Pedro Corrêa de Britto abandonou o 6º ano do curso de medicina, em 1945, aos 22 anos, para se dedicar exclusivamente ao teatro amador. Nunca chegou a retirar o diploma, mas costumava dizer que a experiência da época em que praticou a medicina, em hospitais e emergências, serviu de laboratório para a carreira de ator.

Em 1965, dirigiu a primeira novela da TV Globo, Ilusões Perdidas, e a Muralha, de Ivany Ribeiro, em 1968, além de atuar em dezenas de outros folhetins televisivos. Mas o teatro foi sua grande paixão e onde seu talento e genialidade afloraram. Dirigiu ou atuou em mais de 100 peças.

Britto foi um dos fundadores do Teatro dos Sete, em 1959, ao lado de Fernanda Montenegro, Ítalo Rossi e Gianni Ratto, grupo que lançou obras consagradas e polêmicas como O Mambembe, de Artur Azevedo, e O Beijo no Asfalto, de Nelson Rodrigues.

Em 1978, construiu o Teatro dos Quatro, na Gávea, zona sul do Rio, cuja primeira peça foi Os Veranistas de Górki, dirigida por ele, com cenário de Hélio Eichbauer e atuação de Ítalo Rossi, Luís de Lima, Renata Sorrah, entre outros consagrados artistas da época. Lá, montou e apresentou dezenas de peças antes de vendê-lo em 2007. Hoje, o local continua sendo um dos maiores centros de produção teatral do país.

O dramaturgo chegou a dirigir algumas óperas como a La Traviata e O Guarani e, aos 80 anos, atuou em musicais como Ai, Ai, Brasil e produziu e interpretou o monólogo Sérgio 80, em que falava de suas experiências no universo teatral brasileiro. No ano passado, o dramaturgo lançou o livro O Teatro e Eu, com um balanço de seus 65 anos de carreira.

Na TV Brasil, há 12 anos, o ator apresentava o programa semanal Arte com Sérgio Britto, em que o artista abordava temas sobre teatro, cinema e literatura, fazia críticas sobre peças e filmes que estão em cartaz e entrevistava personalidades do meio teatral e cinematográfico brasileiro.

Aos 88 anos, Britto enfrentava problemas de saúde e, há cerca de um mês, foi internado em um hospital da zona sul do Rio, devido a complicações cardiorrespiratórias.

Considerado um dos criadores do teatro brasileiro, o crítico de arte, autor, diretor, roteirista, cinéfilo Sérgio Britto não teve filhos, mas deixou na manhã deste sábado (17) órfãos de diferentes gerações do teatro brasileiro.

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