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Sebastião Salgado apresenta exposição "Gêneses" em Londres

A mostra reúne 200 fotografias em branco e preto de fabulosas paisagens, animais selvagens e tribos indígenas que vivem isoladas da sociedade


	O fotógrafo Sebastião Salgado posa durante abertura de sua exposição em Londres: a exposição seguirá para cidades como Toronto, Roma, Rio de Janeiro e Paris
 (Suzanne Plunkett/AFP Photo)

O fotógrafo Sebastião Salgado posa durante abertura de sua exposição em Londres: a exposição seguirá para cidades como Toronto, Roma, Rio de Janeiro e Paris (Suzanne Plunkett/AFP Photo)

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Da Redação

Publicado em 9 de abril de 2013 às 13h38.

Londres - Uma seleção de 200 imagens que o fotógrafo Sebastião Salgado tirou durante oito anos de viagem por cenários "imaculados" e livres da ação do homem protagonizam uma impactante exposição apresentada nesta terça-feira em Londres.

Intitulada "Gêneses", a mostra, que será aberta ao público na próxima quinta-feira, no Museu de História Natural, reúne fotografias em branco e preto de fabulosas paisagens, animais selvagens e tribos indígenas que vivem isoladas da sociedade, assim como na origem da natureza.

A exposição gira em torno do novo trabalho do fotógrafo brasileiro, conhecido por outros projetos de destaque, como "Trabalhadores" e "Êxodos", e que recebeu o Prêmio Príncipe de Astúrias das Artes em 1998.

Neste novo trabalho, as fotografias de Salgado aparecem como uma janela perante as enormes baleias do Atlântico, as geleiras do Alasca, a tribo Zoé da floresta amazônica, o grand canyon do Colorado (EUA) e os pastores nômades do Sudão do Sul, entre outros.

Salgado deu início a sua viagem nas ilhas Galápagos, no início de 2004 e inspirado por um projeto de reflorestamento que havia realizado anteriormente junto a sua esposa, Lélia Wanick Salgado, no Brasil.

"Nos últimos 15 anos, plantamos dois milhões de árvores de mais de 300 espécies diferentes no sudeste do país", relatou Salgado, cujo "sonho" de expor seu trabalho no emblemático museu londrino acaba de se tornar realidade.

Aos 69 anos, o fotografo brasileiro, hoje radicado em Paris, confessou que esse projeto de reflorestamento é a origem de "Gêneses", já que ele o motivou a fotografar "pela primeira vez" animais selvagens, o mundo vegetal e o mundo mineral.

De 2004 até o final de 2011, Salgado não mediu esforços para se aproximar dos lugares mais remotos e extremos do planeta. Na Sibéria, por exemplo, o fotografo chegou a suportar temperaturas de 45 graus abaixo de zero graças à ajuda dos Nenets, uma etnia local.


Além disso, Salgado passou dois meses caminhando pela cordilheira do Himalaia no reino do Butão e sofreu com a ameaça de malária em Papua Nova Guiné, embora tenha ressaltado que sua aventura foi como uma "viagem ao paraíso", um "presente" que todos deveriam fazer.

Mais de 30 viagens depois, realizadas a pé ou de canoas, aviões e, inclusive, balões, "Gêneses" recolhe uma representação do mundo "tal como ele foi formado e tal como era há milênios, antes que a vida moderna nos distanciasse", apontou o fotógrafo.

"É difícil encontrar estes tipos de lugares e, mais ainda, alcançá-los. Os destinos fáceis de alcançar já foram transformados pelo ser humano", explicou à Agência Efe a esposa do fotógrafo, Lélia, curadora da exposição.

Diante de milhares de fotografias que Salgado tirou durante tantos anos de viagem, Lélia decidiu escolher apenas 200 e dividi-las em cinco seções, atendendo ao lugar que retratavam.

Por um lado, são expostas imagens correspondentes ao norte e ao sul do planeta e, de outro, aquelas vindas da África - "porque é diferente de todas as demais", segundo Lélia -, da Amazônia e do que o casal chamou "Santuários", ou seja, ilhas como Madagascar e Galápagos.

"A exposição aborda aquilo que devemos salvar do planeta, aquilo que fica imaculado. Nosso desejo é que as pessoas entendam que devemos preservar e que não podemos mais continuar destruindo", manifestou Lélia.

Apesar do caráter colorido da natureza, Salgado não abre mão, como é habitual, do uso do preto e branco em suas fotografias: "Ele sempre diz que vê em preto e branco, que se sente mais cômodo. Além disso, a luz se torna muito mais dramática", explicou sua esposa.

A exposição permanecerá em Londres até o próximo dia 8 de setembro e, posteriormente, seguirá para cidades como Toronto, Roma, Rio de Janeiro e Paris. 

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