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Salão do Automóvel de Moscou ignora luta contra assédio

Moças com pouca roupa estavam à mostra durante o evento na capital russa nesta semana

Uma modelo posa ao lado de um carro no Salão de Automóveis de Moscou 2018: panorama diferente do Salão de Genebra deste ano (Maxim Shemetov/Reuters)

Uma modelo posa ao lado de um carro no Salão de Automóveis de Moscou 2018: panorama diferente do Salão de Genebra deste ano (Maxim Shemetov/Reuters)

Marília Almeida

Marília Almeida

Publicado em 4 de setembro de 2018 às 12h05.

O movimento #MeToo não chegou ao Salão do Automóvel de Moscou.

Moças com pouca roupa estavam à mostra durante o evento na capital russa nesta semana. Uma morena com top de um ombro só montava em uma motocicleta fabricada pela chinesa Lifan Industry Group. Uma modelo de vestido curto posava perto de uma Tucson, da Hyundai Motor.

Era um panorama bem diferente do observado durante o Salão do Automóvel de Genebra, em março, quando o setor automotivo deixou de lado a estratégia de colocar mulheres em roupas sensuais ao lado dos veículos. Em fevereiro, a Fórmula Um também parou de usar “as meninas do grid”, afirmando que o costume estava ultrapassado. Já o Grand Prix da Rússia pretende mantê-las.

No stand da Lada, principal marca local, as moças usavam vestido cinza com uma sugestiva fenda frontal.

A exibição de modelos é “tradicional, e não tem intenção desrespeitosa”, afirmou Sergey Illinskiy, porta-voz da AvtoVAZ PJSC, que fabrica os veículos Lada e é controlada pela francesa Renault. “Todas as montadoras fazem isso aqui e é considerado aceitável dentro da cultura.”

A Hyundai não respondeu a um email solicitando comentário. A reportagem não conseguiu contato com representantes da Lifan.

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