Casual

Saiba qual foi o livro que Bia Haddad recomendou para Iga Swiatek

A melhor jogadora brasileira da era aberta do tênis, em 17º no ranking da WTA, fala sobre rivalidades e amizades no circuito e conta os planos para os próximos meses

Bia Haddad em evento da Tiffany & Co: pausa antes de turnê pela Ásia (Tiffany/Divulgação)

Bia Haddad em evento da Tiffany & Co: pausa antes de turnê pela Ásia (Tiffany/Divulgação)

Ivan Padilla
Ivan Padilla

Editor de Casual e Especiais

Publicado em 12 de setembro de 2024 às 17h30.

Tudo sobreBia Haddad
Saiba mais

Bia Haddad, a melhor jogadora brasileira da era aberta do tênis, hoje em 17º no ranking da WTA, foi a grande estrela de um evento para clientes da Tiffany & Co que aconteceu no fim de semana passado. A marca americana de joias, que faz parte do grupo LVMH, promoveu um encontro com clientes no Fasano Boa Vista, no interior de São Paulo.

A programação incluiu uma clínica de tênis nas quadras rápidas do condomínio. Embaixadora da Tiffany & Co, Bia falou com a Exame Casual sobre amizades e rivalidades no circuito, os planos para os próximos meses e até sobre investimento. Confira a entrevista.

Como você tem visto hoje o circuito feminino? A impressão é a de que há mais tenistas hoje em alto nível. Nas quartas-de-final do US Open, qualquer uma poderia ter sido campeã.

Sim, eu enxergo hoje o tênis feminino bem aberto. Hoje eu diria que há duas jogadoras favoritas, a Iga (Swiatek) e a (Aryna) Sabalenka. Pelos resultados, pela constância, mentalmente elas conseguem manter um nível alto de tênis, performar bem muitas semanas no ano. Eu acho que esse é o maior desafio do tenista. Como você falou, entre as oito finalistas do US Open o tênis é muito parecido, o nível é muito alto, qualquer uma realmente pode ganhar um jogo, isso é definido por detalhes. Eu particularmente acho isso muito legal, muito interessante até para quem assiste.

Como é que é a relação entre as tenistas profissionais? Recentemente a Iga disse em uma entrevista que estava lendo um livro que você havia indicado a ela, mas não lembrava o nome.

Claro, cada uma está lá fazer para o seu trabalho, mas no geral a gente tem uma boa convivência, todas se tratam com bastante respeito, temos um ambiente saudável. Acho que não tem nenhuma jogadora hoje que alguém não fale, não goste. Pelo menos eu pessoalmente cumprimento a todas. Passo mais tempo no ano com as jogadoras e com os times delas do que com a minha própria família. Esse livro o Rafa (Rafael Paciaroni), meu treinador, me deu de aniversário. É da Elena Ferranti, uma italiana. É o primeiro de um conjunto de quatro livros e se chama A Amiga Genial, sobre a amizade de duas amigas. Gostei muito, estou no finalzinho do terceiro. Estávamos no vestiário, o armário dela estava embaixo do meu. Eu sei que ela gosta bastante de leitura, aí ela viu o livro e eu falei, “ó, acho que esse você vai gostar.” Ela baixou e depois de cinco dias disse que já tinha lido metade. Ela é competitiva até lendo (risos).

Como você vê sua evolução do ano passado para este?

O ano passado foi primeiro em que eu passei a ser cabeça de chave dos torneios, entrar como favorita, então isso era uma experiência nova. Neste ano eu já tive mais experiência com isso. Automaticamente a minha expectativa estava um pouco mais alta, então eu acho que no comecinho do ano, perto de fevereiro, acabei me frustrando um pouquinho mais, acho que as derrotas me doeram um pouquinho mais. Alguns jogos foram mais dolorosos mesmo. Mas enxergo os dois anos como muito positivos. Eu acredito que nessas últimas duas semanas consegui entrar no trilho de novo, consegui conectar de novo o meu tênis junto com a minha parte mental. Então estou feliz. E ainda tem cinco, seis torneios este ano.

Torneios na Ásia

Que pontos específicos você acha que melhorou?

Eu acho que chega um momento em que o nível de tênis de todo mundo fica muito alto e a diferença é um detalhe. É o detalhe do toss no saque, ou como apoiar a perna em uma bola específica. Então a gente sempre tem esses pontos a serem melhorados. O maior desafio do tenista é se adaptar a cada semana a um país diferente, com uma bola e uma altitude diferente, num piso diferente, vindo de uma semana de ter sido campeão, ou vindo de uma derrota de primeira rodada. Tudo isso acaba influenciando o nosso dia a dia, precisamos estar sempre nos adaptando e buscando melhorar o nosso tênis dentro daquele momento, daquela condição, daquela semana de torneio. A parte mental acaba sendo o maior desafio. Para isso eu tenho uma equipe multidisciplinar, várias pessoas que me ajudam e que fazem cada uma a sua parte, inclusive fora das quadras, com tudo que a gente tem para resolver, de voo, de hotel, para onde vai, onde se inscreve, se joga dupla, onde vai dormir, quem vai pegar no aeroporto, o hotel que vai ficar e a cidade que vai jogar.

O que você tem de objetivo ainda para este ano?

Se eu não me engano tenho ainda cinco ou seis torneios, vou para a Ásia esta semana. São torneios muito duros, alguns com chave de 32, outros um pouco maiores. Tem WTA 1000, WTA 500. Então, cada jogo é uma surpresa. Na primeira rodada você pode pegar uma adversária que fez quartas de final de Grand Slam. Então, todo jogo é muito duro, o nível é muito alto. Meu maior objetivo é terminar o ano saudável. Esse sempre foi e será meu primeiro objetivo. Terminar no top 20 seria excelente. Claro que almejamos e sonhamos em terminar no top 10, mas é difícil, tem que ter resultados. O meu próximo objetivo sempre é o meu próximo jogo, eu tento pensar assim, passo a passo. Foi assim que eu encarei esses últimos 15 dias.

Você é embaixadora da Tiffany & Co. Qual é a conexão da marca com o tênis e com você?

Vou começar até agradecendo, tenho uma gratidão enorme de poder estar representando uma marca do tamanho que é a Tiffany & Co. Estávamos falando de vestiários, né? Às vezes eu estou com um brinco e outras jogadoras vêm falar e me perguntar. É uma marca muito grande e muito reconhecida no mundo inteiro. Quando a gente fala de conexão do atleta, quando eu falei de a gente ter uma equipe, a gente precisa também ter apoiadores e pessoas que sonham e almejam a mesma coisa. Eu acho que a Tiffany é uma marca grande, que sonha grande, é uma marca muito família.

Quem cuida dos seus investimentos?

Enquanto eu for tenista profissional, meu maior investimento é o meu time. Para eu poder estar saudável, comprar um voo, pagar o hotel, tudo isso é muito investimento. A gente gasta muito para poder viajar o ano inteiro, pagando em dólar, em euro, de dezembro a dezembro, a gente só para duas semanas por ano. Tênis é um esporte muito caro. Eu não viajo só, normalmente eu tenho duas, três pessoas comigo. Mas eu tenho uma family office que me ajuda, que cuida das minhas coisas. Fazemos tudo da forma correta, desde quando eu comecei a ser profissional. Quando eu era menor de idade meus pais sempre estiveram muito próximos a mim, me ajudam, porque eu tenho coisas no Brasil e fora. Tem os impostos, eu tenho um contador aqui dentro do Brasil e fora. Assim minha cabeça fica preocupada só em jogar.

Acompanhe tudo sobre:Bia HaddadTênis (esporte)TiffanyLVMHsao-pauloFasano

Mais de Casual

Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank abrem as portas do rancho para hospedagem no Airbnb

Concorrente para a Rolex? A Universal Genève está de volta

Os melhores carros do ano de 2024 segundo ranking EXAME Casual

Semana Internacional do Café: um dos maiores eventos sobre a bebida do mundo acontece no Brasil