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Roma pode cobrar taxa de entrada para Fontana di Trevi

O monumento barroco está sendo prejudicado pelo comportamento inadequado de turistas, e a cidade estuda cobrar uma taxa de acesso para não residentes

Fontana di Trevi está sempre tomada por turistas e a Itália deseja tomar medidas para diminuir a quantidade de pessoas. (Photo by Matteo Nardone/Pacific Press/LightRocket via Getty Images)

Fontana di Trevi está sempre tomada por turistas e a Itália deseja tomar medidas para diminuir a quantidade de pessoas. (Photo by Matteo Nardone/Pacific Press/LightRocket via Getty Images)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 10 de setembro de 2024 às 13h00.

Enfrentando uma crescente onda de turistas, a cidade de Roma, na Itália, pode introduzir uma taxa de entrada para visitantes que desejam ver a famosa Fontana di Trevi, um dos monumentos mais icônicos da capital italiana. A ideia seria cobrar uma pequena taxa de €1 (aproximadamente R$ 6,17) para não residentes, como forma de controlar o número de visitantes e preservar a experiência no local. As informações são da Bloomberg.

A Fontana di Trevi, concluída em 1762, é um ponto obrigatório para quem visita Roma. O tradicional gesto de jogar moedas na fonte, que garante a volta à cidade, tornou o local ainda mais popular. Contudo, a praça em frente à fonte e as ruas estreitas ao redor estão frequentemente lotadas, causando desconforto para os moradores e prejudicando a atmosfera do local.

Proposta para controlar o fluxo de turistas

Alessandro Onorato, comissário de turismo de Roma, sugere que uma possível solução seria criar um sistema de entrada controlada com horários marcados e uma cota máxima de visitantes por hora. Enquanto a entrada seria gratuita para os residentes da cidade, os visitantes de outras regiões ou países teriam que pagar a taxa de €1. Essa quantia seria mais simbólica do que uma fonte de receita para a cidade, cujo objetivo principal é controlar o fluxo de turistas.

O plano, ainda em fase de proposta, conta com o apoio do ministro do turismo da Itália e pode ser implementado antes do Jubileu de 2025, um evento que deverá atrair ainda mais visitantes a Roma. A cidade já implementou políticas semelhantes em outros monumentos, como o Panteão, onde turistas não residentes pagam €5 (R$ 30,84) para visitar o local desde 2022.

Preservação do espaço público

Embora a Fontana di Trevi seja um espaço público, a superlotação e o comportamento inadequado dos turistas têm causado preocupações. Em 1960, a fonte ganhou ainda mais fama ao aparecer no filme "La Dolce Vita", de Federico Fellini, na cena em que Anita Ekberg entra na água. Para evitar que turistas recriem essa cena, a cidade já impôs multas pesadas. Mais recentemente, uma modelo italiana foi multada por gravar um vídeo na fonte para a plataforma OnlyFans, o que intensificou o debate sobre o comportamento dos visitantes no local.

Além disso, Roma, assim como outras cidades europeias, tem enfrentado o desafio do "overtourism". Em 2023, a cidade recebeu cerca de 35 milhões de turistas, e espera-se que esse número seja superado em 2024. O excesso de visitantes tem impactado não apenas a qualidade da visita aos monumentos, mas também o cotidiano dos moradores locais.

Tendência global

Roma não é a única cidade italiana a buscar soluções para o turismo excessivo. Veneza, outra cidade famosa por seus pontos turísticos históricos, já está experimentando a cobrança de taxas de entrada para turistas estrangeiros em dias de grande movimento. Durante a primavera e o verão de 2023, a cidade cobrou uma taxa de €5 em 29 dias de maior fluxo, buscando controlar o impacto dos visitantes em sua frágil infraestrutura.

Essas medidas refletem uma preocupação crescente entre destinos turísticos globais. Cidades como Barcelona, Amsterdã e Dubrovnik também têm adotado políticas para lidar com o turismo em massa, que ameaça a sustentabilidade dos destinos e a preservação de seu patrimônio histórico e cultural.
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