Rolls-Royce Ghost: o luxo dentro do luxo (Rolls-Royce/Divulgação)
Ivan Padilla
Publicado em 2 de setembro de 2020 às 07h00.
Última atualização em 2 de setembro de 2020 às 09h30.
A Rolls-Royce é uma das marcas mais aristocráticas de todos os tempos, extrapolando o segmento de carros. Seu nome é sinônimo de classe, elegância, luxo, dinheiro e, por extensão, poder, até para quem não dá a mínima para motores. Tamanha imponência se traduz em cifras, mas não em números — ao menos não nos de vendas.
Anualmente, são comercializadas pouco mais de 5 mil unidades no mundo, sendo cerca de 30% delas nas Américas — Brasil incluído, com cerca de 2% deste mercado. Ou seja, no máximo temos a cada ano dez novos Rolls-Royce por aqui, se tanto.
O volume modesto, comparado com as montadoras de massa, está longe de ser um problema. Afinal, a Rolls-Royce faz parte do nicho do nicho, do luxo dentro do luxo. Mas a marca acredita que pode ampliar essa fatia. E um dos responsáveis por colocar fermento nesse bolo vai ser o Ghost, que foi remodelado para a linha 2021, ficando mais clean (embora jamais discreto), e recheado de (mais) apetrechos tecnológicos.
O objetivo da marca com o Ghost é claro: rejuvenescer a carteira de clientes da marca, que hoje tem idade média de 42 anos. “Queremos buscar um público que não abra mão dos produtos de luxo, mas tem o perfil mais cool”, afirma Martin Fritsches, vice-presidente de vendas da Rolls-Royce Motor Cars para a região das Américas.
O modelo, embora ainda não tenha chegado efetivamente ao mercado, já está em campanha de pré-venda. Nos Estados Unidos, segundo Fritsches, já existem ao menos 100 pedidos confirmados, alguns deles de brasileiros que moram lá, uma quantia considerada boa, na sua opinião, tendo em vista o perfil do produto.
No Brasil também os interessados no modelo começaram a se manifestar. A diferença é que, lá fora, o comprador vai pagar o equivalente a cerca de 350 mil dólares, enquanto aqui esse desembolso deve entrar na casa dos 4 milhões de reais.
E por esse valor, o que o cliente vai levar? Vai levar um tremendo de um sedã, o suprassumo da engenharia, da tecnologia, do luxo, do conforto e, claro, do status. A Rolls-Royce garante que os únicos componentes que foram transportados do primeiro Goodwood Ghost, lançado em 2009, foram o Spirit of Ecstasy, aquela estatueta que fica na frente do capô desde 1911, e o indefectível guarda-chuva das cores da marca — um toque britânico.
No mais, tudo é exclusivo. A começar pela arquitetura, mais jovial, passando pelo motor, um colossal V12 6.7 litros (571 cv e 850Nm), até chegar à comodidade e ao aconchego do interior: as portas, cavalheiras, têm abertura e fechamento automáticos, e o interior, galático, é composto por nada menos do que 850 estrelas. Um carro dos céus, convenhamos. Resta saber se os jovens vão concordar.