Rafael Nadal: de roupas coloridas e favorito ao título (Getty Images/Getty Images)
Ivan Padilla
Publicado em 24 de maio de 2021 às 06h00.
O torneio de Roland Garros começa hoje, segunda-feira 24 de maio, em sua fase classificatória como um ensaio à vida normal antes da pandemia. O público estará de volta ao campeonato de Paris, com restrições, é certo, mas em quantidade maior do que no ano passado. Espera-se que compareçam cerca de 118.000 pessoas durante a competição.
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É bem menos do que os 500.000 torcedores habituais de edições anteriores. Mas é bem mais do que o limite de mil pessoas por dia do ano passado, quando o torneio foi sendo adiado devido à propagação do novo coronavírus e acabou sendo realizado excepcionalmente em setembro.
Nesta primeira semana acontecerão os jogos qualificatórios, de tenistas menos bem ranqueados em busca de um lugar na chave principal. Nessa fase o público não poderá comparecer. Nos dez primeiros dias do torneio principal, a partir de 30 de maio, o limite será de 35% da capacidade normal. E nos últimos dias aumentará para 65%.
Os novos horários seguem as medidas de flexibilização anunciadas pelo governo da França diante da pandemia. Os torcedores também terão de usar máscara. E a partir de 9 de junho, quando será permitida uma presença maior de pessoas, inclusive de estrangeiros, será preciso apresentar um certificado de vacinação, um teste de covid ou um certificado de remissão.
Pela primeira vez Roland Garros terá jogos noturnos, mas só a partir de 9 de junho, quando o toque de recolher do governo francês se estenderá até as 23 horas. A ideia é minimizar o impacto na bilheteria. Este ano, o total da premiação será de 34 milhões de euros, o mesmo de 2020 – mas bem abaixo dos 42 milhões de 2019.
O charme de Roland Garros
Para muitos apreciadores do tênis, e a da boa vida em geral, Roland Garros é o mais charmoso dos torneios de Grand Slam. O complexo de quadras e as barracas de comida no Bois de Bolougne não oferecem o tradicional morango com chantily nos estandes de comida e nem a formalidade excessiva da roupa branca dos jogadores de Wimbledon. Ainda bem.
No torneio parisiense, come-se crepe e bebe-se vinho da Borgonha nos intervalos das partidas. Na arquibancada, a plateia usa boinas em estilo europeu compradas nas lojas de souvenir para se proteger mais do vento fresco do que do sol da primavera. E o fanatismo dos torcedores franceses em geral, que aplaudem até os erros mais feios dos adversários de outros países, é quase tão caricato quanto o mau humor dos parisienses.
Como nas tradicionais passarelas francesas de moda, Roland Garros é um palco adequado para os jogadores ousarem nas cores. Quem não se lembra do uniforme amarelo e azul de Guga Kuerten, adequadamente apelidado de Rayovac, nas três temporadas em que foi campeão, entre 1997 e 2001?
Pois Rafael Nadal já anunciou seu outfit para a temporada deste ano: calção violeta e camiseta em gola V verde claro da Nike, sua patrocinadora. Nos pés, tênis branco e verde. Um uniforme bastante diferente de sua temporada de saibro até agora, com predomínio de rosa e roxo. Mas igualmente chamativo.
Nadal chega como favorito
Com o novo look berrante, Nadal tem boas chances de sair da quadra Philippe Chatrier, onde será disputada a final, com seu 21º troféu de torneios de Grand Slam, superando o recordista Roger Federer, com quem está empatado em número de conquistas. Com 40 anos e uma redução na frequência de jogos nas últimas temporadas, o suíço já afirmou que não espera ser campeão em Paris. Sua expectativa é apenas ganhar ritmo para Wimbledon, em julho.
Stan Wawrinka e Andy Murray se recuperam de lesões e cirurgias e não participarão de Roland Garros. As casa de aposta apontam mais um confronto decisivo entre Nadal e o sérvio Novak Djokovic. Os dois se enfrentaram na final de Roma, na semana passada, com vitória do espanhol. Mas Djokovic já avisou: vai pisar no complexo de Bois de Boulogne em sua melhor forma.
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