A cantora Karina Buhr durante segundo dia de shows no Rock in Rio (Raul Aragão/Grudaemmim/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 27 de setembro de 2011 às 18h22.
Rio de Janeiro - A nova cara da música brasileira mistura MPB, samba, eletrônica, hip hop e, sobretudo, rock, e marca presença no megafestival Rock in Rio, que deve reunir 700.000 pessoas até domingo no Rio de Janeiro.
Tulipa Ruiz, Karina Buhr, Marcelo Jeneci, Emicida e Tiê são alguns dos artistas que, apesar de no Rock in Rio estarem restritos ao palco menor, o Sunset, já vêm fazendo sucesso no cenário musical alternativo brasileiro e recebem críticas positivas da imprensa especializada.
Os músicos da nova geração misturam influências diversas, da MPB ao rock, e produzem um som "leve", e ao mesmo tempo moderno e urbano, explica à AFP o sanfoneiro, pianista e cantor Marcelo Jeneci, que se apresenta no festival na quinta-feira.
"O mais importante é a adequação da melodia à letra, independentemente do estilo ou gênero", declara o artista paulista de 29 anos sobre seu disco "Feito para Acabar", de 2010.
Para ele, o cenário musical brasileiro está mudando por conta da internet, que deu espaço a pessoas que "têm algo a dizer, de forma mais pura e menos plastificada".
O show no Rock in Rio também é uma oportunidade de tocar para um público mais amplo, afirma à AFP Tulipa Ruiz, outra cantora revelação que vem recebendo elogios por seu álbum "Efêmera", de 2010, que ela define como essencialmente "pop".
De fato, ao dividir o palco no sábado com os já consagrados músicos da banda pernambucana Nação Zumbi - precursora do movimento manguebeat - Tulipa conquistou mais fãs.
"Foi bem interessante o festival trazer gente nova", disse Daniel Terra, publicitário paulista de 27 anos, sobre a apresentação.
Vestida com um macacão de lantejoulas e tocando tambor, a cantora e percussionista pernambucana Karina Burh fez seu show no sábado cantando músicas de Marcelo Yuka, um dos fundadores do Rappa. O disco de Karina, "Eu Menti para Você", une influências de música pernambucana às guitarras com um pouco de eletrônica.
O Rock in Rio também promove a interação entre músicos latino-americanos, como é o caso do show no próximo dia 1º da brasileira Tiê com o uruguaio Jorge Drexler, que participou do último álbum da cantora, "A Coruja e o Coração", um disco que segundo ela é "folk, com influências de Beatles a Jhonny Cash".
"Não conheço Drexler pessoalmente, mas resolvemos tocar juntos porque temos uma identidade musical bastante semelhante", afirmou Tiê, destacando a "doçura" que o uruguaio imprime em suas canções.
O palco Sunset também abrigará na sexta-feira o rapper Emicida que, além de fazer as denúncias sociais inerentes ao estilo, leva um pouco de "lirismo" ao rap. Ele se apresenta com o mestre do samba Martinho da Vila, em uma mistura inusitada.
O show do grupo Monobloco, criado em 2000, dará um toque carnavalesco à sexta-feira. A banda é uma das responsáveis por resgatar o Carnaval de rua no Rio de Janeiro, misturando marchinhas a canções de ícones do pop brasileiro, como Jorge Benjor e Tim Maia.
Justamente por mostrar que não tem preconceitos, o Rock in Rio foi escolhido para ser tema do samba-enredo da escola de samba carioca Mocidade Independente no Carnaval de 2013.