O vocalista Axl Rose veio acompanhado agora de uma banda diferente, sem nenhum outro de seus integrantes originais (Rodrigo Esper/Grudaemmim)
Da Redação
Publicado em 3 de outubro de 2011 às 06h53.
Rio de Janeiro - O Rock in Rio chegou na madrugada desta segunda-feira ao seu fim após uma noite de rock na qual os lendários Guns N'Roses se uniram a bandas mais recentes como System of a Down e Evanescence, que passaram como um terremoto pelo festival.
O grupo da Califórnia liderado pelo vocalista Axl Rose era o mais aguardado e o encarregado de fechar com chaves de ouro o evento, com um considerável atraso e sob forte chuva.
Entre as quase 40 músicas que compunham o setlist anunciado para esta noite, os Guns N'Roses tocaram canções clássicas como "Sweet Child of Mine" e "Welcome to the Jungle", que já tinham mostrado em sua primeira participação no Rock in Rio de 1991, há exatos 20 anos.
Axl Rose, acompanhado agora de uma banda diferente, sem nenhum outro de seus integrantes originais, também incluiu no repertório outros sucessos: "Knocking on Heaven's Door", "You Could Be Mine", "Paradise City", "Mr. Brownstone", as baladas "November Rain" e "Patience, além da mais recente "Chinese Democracy", com o qual abriu o show.
Antes, os americanos do System of a Down, que fizeram a atuação mais contundente da noite, levaram à loucura os cerca de 100 mil espectadores, em sua maioria vestidos de preto, e que pularam muito ao ritmo da bateria ensurdecedora do grupo.
Sucessos como "Toxicity", "Prison Song", "Holy Mountain", "Psycho" e "Lost in Hollywood", as duas últimas críticas às celebridades roqueiras e do mundo do cinema, fizeram parte do espetáculo da banda de Serj Tankian, que aproveitou para fazer um discurso contra as guerras, em defesa da natureza e dos povos indígenas.
O Evanescence também encantou a multidão com seu rock sinfônico, dotado de um tom entre melancólico e atormentado, com os pesados acordes da bateria acompanhada da voz delicada e profunda de Amy Lee.
A cantora também tocou suas baladas mais famosas no piano e arrebatou o público com a interpretação poderosa da famosa "Bring me to Life", canção com a qual fechou uma hora de música e que foi cantada em coro por todo o público.
Entre os brasileiros no palco principal, Detonautas e a baiana Pitty, que aqueceram o público com atuações cheias de energia e muito participativas.
Pitty terminou sua apresentação com um tributo ao Nirvana, tocando alguns acordes de "Smells Like Teen Apirit", com uma dose extra de bateria, para o deleite de um público no geral mais jovem que o que foi ao "dia do metal" do domingo passado.
Os Detonautas, conhecidos por suas letras contestatórias, animou os fãs para que se mobilizem contra a corrupção. O vocalista Tico Santa Cruz usou uma máscara do filme "V, de Vingança", que se transformou nos últimos tempos em um símbolo das manifestações contra os cortes sociais.
O último dia do festival foi dedicado ao rock e contou também com outros nomes consagrados no Brasil como Titãs e Mutantes, que tocaram no palco Sunset.
Os espanhóis The Monomes foram os encarregados de abrir os shows no Sunset, dividindo o palco com o cantor português David Fonseca no início da tarde de domingo.
Para aqueles com vontade de festa e com um gosto mais eclético, o festival os permitiu continuar até o amanhecer do dia dançando ao ritmo da música eletrônica de DJs como Dimitri From Paris, ou a cantora espanhola Nalaya Brown, diva das discotecas de Ibiza.
O Rock in Rio, que este ano se prolongou por sete dias divididos em duas semanas, voltará no ano que vem a Lisboa e Madri e terá uma nova edição no Rio de Janeiro um ano depois, segundo confirmaram hoje os organizadores.