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Reserva para os pés? Rony Meisler fala sobre a aposta da marca em sneakers

A Reserva Go estreia em São Paulo com a maior loja da marca em que será possível customizar os tênis com tinta, patches e cadarços

Loja da Reserva Go em São Paulo: sneakers ao gosto do cliente (Reserva/Divulgação)

Loja da Reserva Go em São Paulo: sneakers ao gosto do cliente (Reserva/Divulgação)

Ivan Padilla

Ivan Padilla

Publicado em 8 de fevereiro de 2023 às 06h30.

É olhando para baixo, para os pés, que a Reserva enxerga um importante caminho de crescimento. A marca de moda básica inaugura hoje, quarta-feira 8, sua primeira loja própria em São Paulo da Reserva Go, divisão de calçados informais. E não se trata de uma loja qualquer.

O ponto de venda fica nos Jardins, bairro da moda de São Paulo, na rua Bela Cintra. No primeiro andar ficarão os modelos de sneaker à venda, por produto. No segundo piso funcionarão os estúdios de customização, em que será possível criar o seu próprio tênis.

O “Neo Studio” permite mexer no Neo, modelo de maior sucesso da marca, e trocar as cores de diversos componentes, como sola, cadarço e língua, com 4.500 possíveis combinações. O “Go Lab” será um serviço dedicado à customização dos tênis com tintas, patches e cadarços.

Segmento estratégico para o grupo

O terceiro e último andar será um showroom da marca, para atendimento a franqueados e multimarcas que farão os pedidos de compra, dois importantes canais de venda que permitiram à Reserva Go atingirem os bons resultados recentes.

No último trimestre de 2021 a Reserva Go sozinha foi responsável por uma receita de 42 milhões de reais, um crescimento de 37,5% em relação ao mesmo período do ano passado. A marca Reserva inteira faturou 296,8 milhões nesse terceiro trimestre.

O balanço total do ano passado será divulgado em março, mas a expectativa é de manutenção desse índice de crescimento. O relatório do terceiro trimestre do grupo Arezzo, que comprou a Reserva no fim de 2020, já apontava que a estratégia da marca seria aproveitar a segmentação de calçados e de sub labels.

Mais lojas no futuro

“Temos um potencial enorme de crescimento com a Reserva Go”, disse Rony Meisler à EXAME Casual, um dia antes da inauguração da loja paulistana. “As marcas do grupo Arezzo crescem independentemente do tamanho. Mas é só comparar o número de lojas próprias de cada uma.”

A Reserva Go tem quatro lojas no Rio de Janeiro e agora a de São Paulo. Para ficar em uma comparação no mesmo segmento, a Vans, que é distribuída hoje pela Arezzo, contava no terceiro trimestre de 2022 com 16 lojas próprias e 12 franquias.

A Reserva Go é uma sub label da Reserva, de moda mais básica, lembra Meisler. “Mas pode funcionar para atrair novos públicos”, diz. Uma das apostas da marca é o modelo Spriz, com solado bem alto e preço final de 1.500 reais. “É um super sneaker, temos modelos em parceria com artistas como Rafa Lima, que acaba chamando atenção de outro tipo de cliente.”

Sapatos sociais na Oficina Reserva

A Reserva Go foi lançada em 2019. Antes, a linha de sapatos da marca era uma licença para uma indústria calçadista do Sul e se chamava Reserva Pra Calçar. “O parceiro desenvolvia produtos com nossa direção criativa e fazia a distribuição em multimarcas. Era um negócio de royalties que chegava a poucos milhões de reais por ano”, conta Meisler.

Com a incorporação ao grupo Arezzo, passou a fazer ainda mais sentido manter o produto dentro de casa, a um custo eficiente e distribuição para os clientes multimarcas, lojas e franquias. O ganho passou a ser em vendas e não em royalties.

Em Campo Bom, onde fica a sede da Arezzo, funciona o centro de prototipação dos sapatos do grupo, os fornecedores estão todos a 5 quilômetros ao redor e os parceiros de produção estão em volta no Vale dos Sinos. Segundo o fundador da Reserva, a Reserva Go deu um salto nesses dois anos, sob direção criativa de Jô Bittencourt, com uma carteira hoje de mais de 2.500 clientes e um salto de 25 vezes em faturamento.

Para além de canais de venda, para onde vai a Reserva Go? É possível pensar em sapatos mais formais em vez de apenas sneakers? Meisler diz que sim, mas não exatamente na vertical da Reserva, e sim na linha da Oficina. “Brinco que agora passamos a arrebentação do M&A”, diz. “O perigo ficou para trás, agora podemos surfar.”

Isso significa que a Ar&Co, vertical dos negócios de moda da Arezzo, quer inovar, mas com responsabilidade. “Achamos que existe espaço para crescer em sapatos formais. Quando perguntamos aos clientes da Oficina, se não é a primeira, é sempre a segunda opção”, diz. A ideia é começar por modelos básicos, como loafers e botas Chelsea, e expandir aos poucos, no começo dentro das lojas Oficina. E no futuro? “Quem sabe?”, afirma Meisler.

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