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Relógios suíços em alta: exportação volta a crescer

As vendas para o exterior aumentam 6,6% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior; China lidera a retomada

Watches & Wonders, salão de alta relojoaria, de Xangai: consumo alto nos países asiáticos (Watches & Wonders/Divulgação)

Watches & Wonders, salão de alta relojoaria, de Xangai: consumo alto nos países asiáticos (Watches & Wonders/Divulgação)

Ivan Padilla

Ivan Padilla

Publicado em 24 de abril de 2021 às 06h00.

Última atualização em 24 de abril de 2021 às 09h19.

Dentro de casa, na pandemia, as pessoas podem ver as horas na Alexa ou no micro-ondas. Sem ir a festas e eventos, também não têm como exibir suas peças. Sem viajar, deixam de comprar por impulso nos destinos. Com a crise, seguram os gastos menos urgentes.

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Natural, portanto, que o mercado de alta relojoaria sofresse neste período de pandemia. Em 2020, as exportações dos relógios suíços caíram 21,8% em relação ao ano anterior. No total foram 17 bilhões de francos suíços, segundo a Fédération de L’industrie Horlogère Suisse, a Federação da Indústria Relojoeira Suíça.

A notícia que chega em boa hora é que o segmento começa a dar sinais de recuperação. No primeiro trimestre deste ano, as exportações cresceram 6,6% em relação ao mesmo período de 2020, segundo dados divulgados nesta semana pela federação suíça. Em números, isso equivale a 5 bilhões de francos suíços.

O bom resultado ainda representa uma recuperação e não exatamente um crescimento. Em relação ao primeiro trimestre de 2019, por exemplo, os dados de agora mostram uma queda de 1,3%.

Quando consideramos apenas o último mês de março, o aumento parece expressivo: 37,2%. O mês de comparação, março de 2020, porém, foi quando o mundo parou. O mundo ocidental, claro. A China já estava com as fronteiras fechadas e com as cidades em isolamento.

A China, por sinal, é quem puxa agora os números para cima. O crescimento de exportações para lá cresceu 100% neste primeiro trimestre. O país reponde atualmente por 16,7% do mercado de destino dos relógios suíços. Logo atrás estão os Estados Unidos, com participação de 13,7% e um crescimento de 12,8% nos três primeiros meses do ano.

O consumo parece ter voltado ao normal na China. O Watches & Wonders, a maior feira de relojoaria deste ano, ocorreu virtualmente no começo de abril, mas teve um desdobramento nos das seguintes em Xangai, em um espaço físico. Pelos estandes de 19 marcas da alta relojoaria, no West Bund Art Center, passaram cerca de 12.000 visitantes. Muitos deles sem máscara, como mostram as fotos e os vídeos de divulgação.

Outro dado que reflete nossos tempos: a maior parte do crescimento no primeiro trimestre, entre 40% e 60% dependendo do mercado, se deu com os chamados relógios de entrada, de até 3.000 francos suíços. Faz sentido em um mundo ainda em crise econômica.

Outra informação relevante. A exportação de relógios de aço e de outros metais cresceu mais do que os de metais preciosos e outros tipos de materiais. É a lógica que jpa foi citada aqui: sem festas, as joias perdem seu atrativo. Relógios de aço em geral são utilizados mais em modelos mais esportivos do que sociais. Também são associados a qualidades como durabilidade. E se tem algo que esses tempos pedem agora é resiliência.

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