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Rebeca usa pandemia para se conectar consigo mesma e brilha com medalha

Fã de Daiane dos Santos, Rebeca disse que a primeira medalha da ginástica feminina do Brasil representa todas as mulheres que passaram pela modalidade antes dela e podem também se sentir orgulhosas

Rebeca Andrade se apresenta na trave.  (Robert Deutsch-USA TODAY Sports/Reuters)

Rebeca Andrade se apresenta na trave. (Robert Deutsch-USA TODAY Sports/Reuters)

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Reuters

Publicado em 29 de julho de 2021 às 17h23.

Última atualização em 29 de julho de 2021 às 17h24.

O isolamento forçado pela pandemia de coronavírus ajudou Rebeca Andrade não só a recuperar o joelho de uma cirurgia, mas também permitiu à ginasta se conhecer melhor e fortalecer o lado emocional, que foi fundamental para sua histórica conquista da medalha de prata no individual geral dos Jogos de Tóquio nesta quinta-feira.

"Do ano passado para cá eu consegui colocar em prática a parte de não me sentir nervosa, de manter o controle, de conseguir fazer tudo o que eu fazia no treino. É muito importante esse processo de me conhecer", disse a ginasta após conquistar a primeira medalha olímpica da ginástica feminina do Brasil, de acordo com o site do Time Brasil.

"A pandemia foi incrível para mim, tanto para minha operação quanto para meu psicológico. Eu pude me cuidar, me conhecer melhor, saber o que era bom, o que era ruim. Eu me conectei comigo mesma, e hoje a gente vê o resultado disso”, acrescentou.

A prova foi marcada pela ausência da norte-americana Simone Biles, favorita ao ouro, mas que desistiu de disputar a final após se classificar com a melhor nota para se concentrar em sua saúde mental.

Rebeca, de 22 anos, passou pela última de três cirurgias no joelho em meados de 2019, após romper o ligamento cruzado anterior do joelho pela terceira vez em quatro anos.

As lesões se somaram a enormes desafios enfrentados pela ginasta desde a infância marcada por dificuldades financeiras.

"Eu dormia na casa dos treinadores para eu conseguir, a minha mãe ia a pé para me dar o dinheiro da condução, meu irmão me levava de bicicleta", relembrou Rebeca, que fechou sua apresentação no solo ao som de "Baile de Favela".

Fã de Daiane dos Santos, Rebeca disse que a primeira medalha da ginástica feminina do Brasil representa todas as mulheres que passaram pela modalidade antes dela e podem também se sentir orgulhosas.

A ginasta terminou a final em segundo lugar com a pontuação total de 57,298 --15,300 no salto, 14,666 nas barras assimétricas, 13,666 na trave e 13,666 no solo. A norte-americana Sunisa Lee levou o ouro com 57,433 no total e a russa Angelina Melinkova ficou com o bronze com 57,199.

Ela ainda irá disputar mais duas finais em Tóquio, no salto e no solo.

"Eu passei por muita coisa e coloquei esses Jogos como objetivo, mas o meu objetivo aqui era fazer o meu melhor, era brilhar, e eu acho que eu brilhei: consegui a nossa primeira medalha olímpica em ginástica artística feminina”, afirmou.

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