Casual

Racionais MC's reúnem maior público do Black na Cena

Rappers nacionais atraíram mais pessoas do que os shows internacionais do evento dedicado à música black

Mano Brown, com sua característica voz grave e soturna no Racionais, é talvez um dos maiores rappers do Brasil (Divulgação/TV Cultura)

Mano Brown, com sua característica voz grave e soturna no Racionais, é talvez um dos maiores rappers do Brasil (Divulgação/TV Cultura)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de julho de 2011 às 10h59.

São Paulo - Era visível que a Arena Anhembi estava mais cheia. Eram 12 mil pessoas - contra 7 mil do primeiro dia de festival e 8 mil do segundo. A atração principal, por incrível que pareça, era local: os rappers do Racionais MC's. Depois de tantas atrações internacionais, o grande destaque canta os problemas enfrentados por todos os paulistanos que ali estavam, e enfrentavam o frio, uma constante em todos os dias do Black na Cena.

Eles ainda foram sucedidos pelos americanos Redman e Method Man, mas o público já estava bem mais reduzido. Era a noite de ouvir o que Mano Brown e seus companheiros tinham a dizer.

A presença do Racionais MC's é a representação máxima do que é o hip hop nacional. São o grupo mais importante desde os anos 90. Avessos a entrevistas. Querem passar sua mensagem, e usam a música e os versos para isso. Mano Brown, com sua característica voz grave e soturna, é talvez um dos maiores rappers do Brasil. Sobrevive ao hype que, vez ou outra, destaca um novo nome da cena underground do rap nacional. É uma espécie de unanimidade.

Com 40 minutos de atraso, às 18h40, o Racionais subiu ao palco. Acompanhados por dois DJs, Mano Brown, Edy Rock, Ice Blue, KL Jay e outros convidados foram efusivamente saudados. Era hora de a revolução musical começar. Fugindo das fórmulas importadas, se atendo a batidas que muitas vezes emulam clássicos da black music brasileira das décadas passadas, os Racionais MC’s transformaram as suas apresentações em verdadeiros acontecimentos. Não costumam se apresentar sempre. Ou seja, o show de anteontem era valioso.

Por isso mesmo, uma revolta inicial com a falha no microfone dos outros integrantes do grupo tenha rendido tantas vaias e dedões apontados para baixo, em sinal de reprovação. O tempo era curto - o show deveria ter aproximadamente uma hora de duração. Só na terceira música, vieram "To Ouvindo Alguém Me Chamar", "Eu Sou 157" e "Tá Na Chuva", Mano Brown atentou para o problema. "Eles tão avisando há muito tempo. A gente que não queria ouvir", disparou.

Depois, com os microfones funcionando, o show foi visceral e intenso. Minimalista sonoramente, mas com versos carregados de críticas. As clássicas "Negro Drama" e "Capítulo 4 Versículo 3" foram cantadas em coro.. A mensagem estava novamente passada.

Encerramento animado - Em seguida, um show surpreendente. Method Man e Redman deveriam se apresentar separadamente. Os amigos, no entanto, preferiram fazer uma apresentação dupla. Com um som mais vívido, os rappers animaram quem ficou para o encerramento do Black na Cena. E o fizeram de forma vigorosa, subindo numa plataforma no meio do público. As informações são do Jornal da Tarde.

Acompanhe tudo sobre:ArteEntretenimentoIndústria da músicaMúsicaServiçosShows-de-música

Mais de Casual

4 estradas incríveis no Brasil para testar carros em diferentes tipos de terreno

Xiaomi venderá carros elétricos fora da China nos próximos anos, diz CEO

Alvaro Gutierrez, country manager da Intimissimi, aproveita o tempo livre em cavalgadas pelo mundo

‘Anora’ faz história no Oscar ao vencer Melhor Filme e mais 4 categorias