Retrato de Bob Wolfenson danificado por enchente de fevereiro (Bob Wolfenson/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 9 de setembro de 2020 às 17h53.
Última atualização em 9 de setembro de 2020 às 18h19.
Um retrato do Bob Wolfenson 11 anos mais jovem enfeita a porta do estúdio no qual ele trabalha, no bairro paulistano da Vila Leopoldina. Clicada com uma câmera profissional pelo próprio fotógrafo, ela foi feita em 2008 diante de um espelho em Nova York, logo após a primeira vitória de Barack Obama na corrida presidencial. Publicada como um “tbt” no mês passado na conta do paulistano no Instagram, seguida por 180.000 pessoas, a fotografia ganhou a seguinte legenda: “tbt de quando autorretrato não se escrevia assim e ainda não era selfie”.
Um dos fotógrafos mais respeitados do país, Wolfenson não virou a cara para as mudanças tecnológicas que revolucionaram o meio dele e ainda colocaram na mão de meio mundo celulares com câmeras que pouco devem às profissionais. É com seu próprio smartphone, por sinal, que ele faz a maioria das imagens postadas em seu Instagram. Outra prova de sua predisposição em se adaptar às novidades é seu livro Sub/Emerso. Reúne as fotografias que foram danificadas pela enchente que atingiu seu estúdio em fevereiro (e castigou meia cidade). A saída, para muita gente, seria jogar todas as fotos no lixo. Wolfenson aceitou a ação da enchente, que confere um aspecto viscoso a retratos de celebridades como Bruna Lombardi, como uma intervenção artística.
É principalmente sobre o livro Sub/Emerso que ele pretende falar numa das quatro aulas do curso “Fotografia: poder da imagem”. Online, é promovido pela consultoria Kura, da art-advisor Camila Yunes, em parceria com o Shopping Iguatemi. Os demais professores são Eder Chiodetto, Ayrson Heráclito e Rosângela Rennó, escalados para comandar os três encontros restantes. As aulas ocorrem de 14 de setembro a 5 de outubro, sempre às segundas-feiras, das 12h às 13h15. O curso custa 495 reais, valor que pode ser parcelado em até 12 vezes, e leitores de CASUAL tem 10% de desconto, basta usar o cupom: exame10. As inscrições podem ser feitas por meio deste link.
O curso também ambiciona explicar como deixamos de ser apenas observadores de imagens para virarmos devotados fotógrafos amadores. Estima-se que somente em 2020 a humanidade como um todo irá clicar 1,4 trilhão de fotografias (a maioria, claro, para as redes sociais). Quem comanda a primeira aula, a do dia 14, é Eder Chiodetto, curador especializado em fotografia e em cujo currículo constam mais de 120 exposições realizadas na última década, no Brasil e no exterior. O tema do encontro: "O modernismo tardio da fotografia brasileira".
Artista visual e curador, além de referência na arte vinculada à diáspora africana, Ayrson Heráclito comanda a aula de número 2. O objetivo do encontro é discutir como a criação da imagem fotográfica virou um ritual. Com a experiência de quem já expos em instituições como o Museo Nacional Reina Sofia, na Espanha, a Tate Modern, na Inglaterra, e o Arts Institute of Chicago, no Estados Unidos, a artista Rosângela Rennó comanda a penúltima aula. O tema escolhido por ela: “Entre observar, compreender, pesquisar e reapresentar fotografias”. Escalado para fechar o ciclo, Wolfenson também deve dar dicas para quem almeja clicar como ele.
O curso é voltado tanto para leigos e interessados em arte em geral quanto artistas, profissionais que atuam no sistema das artes visuais, estudantes, professores e pesquisadores. O que você aprender vale postar depois no Instagram.