Kelly Piquet e Max Verstappen: namoro badalado (Reprodução/Instagram)
Ivan Padilla
Publicado em 12 de dezembro de 2021 às 13h28.
Última atualização em 13 de dezembro de 2021 às 07h39.
Namorado da filha do Nelson Piquet. Os comentaristas brasileiros destacaram, claro, os momentos de emoção da conquista do primeiro título da Fórmula 1 do piloto holandês Max Verstappen neste domingo, 12. Mas em todo momento lembravam seu relacionamento com a socialite Kelly Piquet, filha do tricampeão brasileiro de Fórmula 1.
As fotos do casal estão em suas contas do Instagram, mais na de Kelly, com 564.000 seguidores, do que na de Verstappen, com 6,8 milhões. Recentemente, o campeão das pistas provocou polêmica – furor seria a palavra mais correta – ao responder qual havia sido sua melhor compra. “Minha namorada”, foi a resposta.
Verstappen não é do tipo que se abala com críticas. Ele quase trocou socos com o piloto Esteban Ocon, no Grande Prêmio do Brasil em 2018, depois de um desentendimento nas pistas. A rivalidade com Lewis Hamilton, com quem disputou centímetro a centímetro a temporada de 2021, também passa de alguns limites, segundo os críticos.
No Grande Prêmio de Monza, Verstappen e Hamilton colidiram. Os dois saíram da prova, mas o holandês foi acusado de não ter esperado para ver como Hamilton estava. Verstappen disse depois que viu o inglês acelerar para sair do lacol do acidente. “Quem está mal não consegue fazer isso”, afirmou.
Verstappen já mostrou o dedo médio para Hamilton, chamando-o de estúpido e idiota, em um treino para o Grande Prêmio dos Estados Unidos, e disse que os dois não sairiam mesmo para jantar. Um comportamento com os adversários que lembra o do sogro em seus áureos tempos.
Aos 24 anos, o primeiro campeão holandês de Fórmula 1 vem de uma linhagem de pilotos. Ele é filho de Jos Verstappen, piloto da Fórmula 1 por oito temporadas, e de Sophie-Marie Kupen, que correu de kart. É sobrinho de Anthony Kupen, piloto de FIA GT e das 24 horas de Le Mans. E neto de Anthony Kupen, que participou de provas de endurance.
Ele começou a disputar provas de kart com apenas 4 anos. Com 16 anos, tornou-se piloto da Manor Motorsport e depois da Motopark Academy. Em 2014 estreou na Fórmula 3 pela Van Amersfoot Racing. E ainda adolescente, com 16 anos, chegou à categoria máxima do automobilismo, a Fórmula 1, pela Scuderia Toro Rosso para substituir Jean-Éric Vergne na temporada seguinte.
Os resultados vieram rapidamente. Ele chegou em sétimo lugar logo em sua segunda corrida, na Malásia, tornando-se o mais jovem piloto a pontuar na Fórmula 1, com 17 anos e 180 dias de idade. Já no ano seguinte foi para a Red Bull. Na nova equipe, no Grande Prêmio da Espanha, ele venceu sua primeira prova depois de largar na quarta posição.
Verstappen se tornou então o mais jovem piloto a liderar uma prova, subir ao pódio e vencer uma corrida. Também foi o primeiro holandês a vencer uma corrida na Fórmula 1.
Apesar da ascendência, Verstappen deixa claro sempre nas entrevistas: ele não tem ídolos. Mesmo com a verve de Nelson Piquet, seu estilo abusado lembra mais o de Ayrton Senna, seja na ousadia de uma ultrapassagem, seja pela atuação brilhante na chuva, como já destacou nosso colunista Rodrigo França.
“Claro que não, meu estilo é bem diferente", disse Verstappen, ao ser perguntado se tinha o pai como modelo, fazendo referência aos seus resultados pouco expressivos. “Ele foi moldado pela obsessão do pai e pelo talento da mãe para ser um potencial campeão”, diz França. E parece saber disso. Seu estilo arrojado combina com sua equipe, relacionada ao mundo que dá asas.
A rivalidade de Hamilton e Verstappen encontra certo paralelo na trajetória de Niki Lauda e James Hunt, o primeiro mais focado, o outro um assumido bon vivant. O holandês não chega a ser um Hunt atual, já que o estilo de vida dos anos 1970 de sexo, drogas e rock n’roll definitivamente não combina com as exigências extremas de um esporte de alto rendimento como a Fórmula 1 dos anos 2020 – e nem com a boa imagem exigida pelos patrocinadores.
O piloto, no entanto, assume o gosto pela boa vida nas redes sociais, em que escancara viagens, luxos e iates. Sozinho, com amigos ou com Kelly Piquet.
Já Hamilton é conhecido pelo ativismo. Isso ficou ainda mais evidente após a pandemia mundial do novo coronavírus e a luta contra o racismo, ainda mais forte após o engajamento das manifestações mundo afora do Black Lives Matter após o assassinato de George Floyd nos Estados Unidos em 2020.
Sobre o ativismo já forte em 2019, ressaltando questões fora das pistas como a dieta vegana e a preocupação com o meio ambiente, Hamilton disse em entrevista à Exame: “Tenho falado disso há um certo tempo, mas só recentemente as pessoas resolveram prestar atenção nisso. É vergonhoso as pessoas não quererem fazer coisas pelo motivo certo, não por causa de uma resposta ou ação negativa. Mas, pelo menos, as pessoas estão reagindo."
Já naquela altura o piloto da Mercedes se preocupava bastante em passar mensagens a seus fãs com temas fora do esporte, como veganismo e moda, criando coleções mais inclusivas para a Tommy Hilfiger.
Este ano, o inglês usou o tradicional jantar do MET Gala, em Nova York, para promover jovens estilistas negros. Hamilton sabe da importância de inspirar jovens pelo mundo afora.
Hamilton tem já 36 anos, 12 a mais do que seu jovem rival. O inglês é o maior vencedor da história da Fórmula 1, Verstappen tem o mundo pela frente. Em que pistas ele vai correr, veremos nos próximos anos.