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Quem é Alexandre Birman, o CEO que quer costurar o maior negócio da moda brasileira

Os dois maiores grupos de moda do país, Soma e Arezzo, anunciaram que estão em entendimentos para uma possível associação

Alexndre Birman: o executivo sucedeu o pai e fundador da companhia, Anderson Birman, em 2013 (Germano Lüders/Exame)

Alexndre Birman: o executivo sucedeu o pai e fundador da companhia, Anderson Birman, em 2013 (Germano Lüders/Exame)

Júlia Storch
Júlia Storch

Repórter de Casual

Publicado em 31 de janeiro de 2024 às 16h30.

Última atualização em 31 de janeiro de 2024 às 18h53.

Os dois maiores grupos de moda do país, Soma e Arezzo, anunciaram que estão em entendimentos para uma possível associação. "O Sr. Alexandre Café Birman será o CEO da companhia combinada e o Sr. Roberto Luiz Jatahy Gonçalves o CEO da business unit de vestuário feminino", diz o fato relevante.

Alexandre Birman é CEO e CCO da Arezzo &Co, composta pelas marcas Arezzo, Schutz, Anacapri, Alexandre Birman, Alme, Reserva, Carol Bassi, Vans, Oficina Reserva, Reserva Go, Simples, Reversa, Reserva Ink, Reserva Mini, BAW Clothing, TROC, Vicenza e a italiana Paris Texas, além do marketplace ZZMALL.

O executivo sucedeu o pai e fundador da companhia, Anderson Birman, em 2013. Sua chegada fortaleceu a estratégia de crescimento da Arezzo &Co, a partir da transformação digital e expansão internacional.

Na frente digital, Birman liderou o lançamento do ZZMALL, plataforma digital que reúne as marcas do grupo, a criação do ZZ APP, conhecido como o ‘aplicativo das vendedoras’, e da ZZ Ventures, braço de corporate venture capital do grupo, que vem apoiando negócios como a TROC, plataforma de moda circular.

Na consolidação do crescimento, liderou movimentos importantes, como a fusão da Reserva, em 2020, a estruturação da AR&CO, frente de lifestyle da companhia, e a aquisição da marca italiana Paris Texas, em 2023. Também em 2023, a Arezzo &Co ganhou um grande reforço na estratégia de crescimento internacional com o lançamento oficial da marca Arezzo nos EUA.

Nessa trajetória, recebeu reconhecimentos nacionais e internacionais. Como designer, foi nomeado pela Footwear News como um dos ‘Top 10 Designers’ de 2012 e pela Fashion Footwear Association of NY (FFANY) como ‘Designer of The Year’ em 2017, além de ter levado o Vivian Infantino Emergen Talent Award em 2009.

Como executivo, já foi destaque no mundo da moda pelo Business of Fashion, desde 2017.

Formado em administração de empresas pela Fumec de Belo Horizonte, é participante do Owners and President Management Program, da Harvard Business School e membro do CFDA (Council of Fashion Designers of America) desde 2013.

Melhores e Maiores

No ano passado, a Arezzo foi vencedora na categoria de Moda e Vestuário do prêmio Melhores e Maiores.

O mantra da empresa é “rumo a 2154”, na verdade uma provocação de Anderson Birman. Nessa data, ele completaria 200 anos. “Acho que não estarei mais aqui, mas a Arezzo tem de estar”, costuma dizer o fundador da companhia. Em 2022, a hoje chamada Arezzo &Co atingiu o melhor resultado de sua história.

O faturamento bruto foi de R$ 5,2 bilhões, 43,4% de aumento em relação ao período anterior, e Ebtida ajustado de R$ 657 milhões. A operação americana rendeu R$ 490 milhões.

Nesse período, a companhia atingiu a marca de 1.013 lojas. Foram vendidos 32,4 milhões de peças, 29% mais do que em 2021. O grosso foram os calçados, com 21,3 milhões de pares, seguidos de roupas e bolsas. Os ótimos resultados vêm na esteira de uma política agressiva de aquisições iniciada em 2019, quando a Arezzo se tornou distribuidora oficial da Vans. A mais ruidosa foi a compra da ­Reserva no fim de 2020, por R$ 715 milhões. A ideia de Alexandre Birman, que sucedeu ao pai no comando em 2011, é criar uma “house of brands”.

O ano de 2022 foi de consolidação. “Não fizemos aquisição de marcas, só de duas fábricas, uma de calçados e outra de sapatos. Investimos em supply chain e distribuição. Nosso crescimento foi fruto de um planejamento”, diz Alexandre. E como ele imagina que estará a Arezzo daqui a 50 anos? “Enxergo que teremos uma presença internacional consagrada, de moda contemporânea sem pretensão de ser luxo, mais preocupados com sustentabilidade. Talvez não tenhamos o volume de produção de hoje, e sim foco maior na perenidade das peças.”

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