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Quando conheci Luíza no Canadá

Fiz um tour por Quebec com Luíza, mas não me lembrava dela. Sua fama repentina e amigos refrescaram minha memória

Luíza era a garota sentada nas últimas poltronas do ônibus, tagarelando em português o tempo todo com suas amigas (Reprodução)

Luíza era a garota sentada nas últimas poltronas do ônibus, tagarelando em português o tempo todo com suas amigas (Reprodução)

RK

Rafael Kato

Publicado em 20 de janeiro de 2012 às 13h59.

São Paulo - Conheci Luíza durante um tour por Quebec em novembro do ano passado. Eu estava em Toronto para um mês de intercâmbio e viajei para a parte francesa do Canadá por uma agência de baixo custo voltada para estudantes. No ônibus havia intercambistas do Brasil, Itália, Alemanha, México, Japão, Coreia e França.

Naquela torre de babel ambulante fiz amizade com um alemão, Dennis, e um casal de brasileiros, Kelly e Alexandre. Foram eles que, após a fama repentina de Luíza, lembraram-me de que a garota estava conosco no ônibus. A ficha caiu. Luíza era a garota sentada nas últimas poltronas do ônibus, tagarelando em português o tempo todo com suas amigas. Eu tentava dormir, mas Luíza e suas amigas falavam cada vez mais alto.Em Montreal, estávamos no lobby do Hotel Europa para ir ao Club 1234. O frio era de 5 ºC, mas Luíza e suas amigas vestiam vestidinhos pretos curtíssimos e caminharam assim por dois quarteirões e assim ficaram na fila da balada. Lembro que Dennis me perguntou se era comum as mulheres usarem vestidos curtos no Brasil.

Ao ouvir que sim, o alemão falou algo como “puxa, eu preciso ir para lá”. Tentei explicar que a roupa curta não, necessariamente, refletia no comportamento. Naquela noite, por exemplo, vi garotas de jeans em Montreal com danças rebolativas dignas de baile funk carioca.

Se não estiver enganado, Luíza foi mais de uma vez a culpada por atrasar a saída do ônibus do hotel ou de pontos de encontro do grupo na cidade de Quebec. Elas irritavam Dennis, que sentado ao meu lado, falava da velha pontualidade germânica. Imagino que ela também fez parte do grupo de garotas que se perdeu por Montreal, mesmo com um mapa claro distribuído pela guia.

Na viagem de volta para Toronto, o ônibus se transformou em uma festa etílica sobre rodas. Os brasileiros “do fundão” tomaram conta do sistema de som. Pagode e sertanejo reinaram absolutos. Dennis pedia traduções das letras e o casal de brasileiros (amantes do rock) tentavam explicar que o Brasil era mais do que aquilo. Não me lembro onde estava Luíza naquela hora. Mas sorte que eu tenho um DVD com tudo isso em vídeo. Não vejo a hora de ver o que fez Luíza, quando estava no Canadá.

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