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Proteína virou o novo café? Moda hiperproteica chega ao copo da Starbucks

O consumo de proteínas cresce em meio à tendência de saúde e bem-estar, com bebidas proteicas e dietas estratégicas se tornando aliadas de quem utiliza medicamentos emagrecedores

Starbucks (Joshua Trujillo/Starbucks/Divulgação)

Starbucks (Joshua Trujillo/Starbucks/Divulgação)

Publicado em 1 de outubro de 2025 às 11h03.

Última atualização em 1 de outubro de 2025 às 11h21.

A cena é familiar: uma fila em frente a uma cafeteria do Starbucks, com clientes pedindo seus lattes, frappuccinos e cappuccinos. A diferença agora está na composição. Em vez de apenas cafeína, muitas bebidas da Starbucks chegam ao balcão com até 36 gramas de proteína — quase o equivalente a um bife médio.

A iniciativa é resposta direta ao boom do mercado global de wellness, que deve movimentar US$ 9 trilhões até 2028, segundo o Global Wellness Institute. O setor vai de meditação a suplementos alimentares, mas tem nas proteínas um de seus pilares mais visíveis. Seja em pó, em barras ou misturadas ao café, elas ganharam status de produto premium.

No novo cardápio lançado em setembro, os consumidores americanos encontram leites enriquecidos e espumas proteicas feitas com whey de qualidade superior. As porções variam de 15 a 36 gramas por bebida. A marca já anunciou que planeja levar a tendência também para o varejo, com produtos prontos para consumo em supermercados e lojas de conveniência.

“Queremos atender à crescente demanda de proteínas de forma inovadora e deliciosa, como só a Starbucks pode oferecer”, disse a diretora de marca global, Tressie Lieberman, em comunicado.

No Brasil, redes como +Mu, Piracanjuba e Yopro já exploram o segmento com sucesso entre frequentadores de academias. As bebidas proteicas em caixinha viraram item comum em mochilas de treino, competindo com shakes tradicionais e suplementos em pó.

O papel da proteína no corpo

As proteínas são macronutrientes essenciais. Além de ajudarem no ganho de massa muscular, fornecem energia, participam da reparação de tecidos, regulam hormônios, transportam oxigênio no sangue e formam anticorpos. Ou seja, estão no centro do funcionamento do organismo.

Estudo da Universidade de São Paulo (USP) mostrou que a dieta do brasileiro, em média, já atinge a recomendação diária de proteínas — o que indicaria não haver necessidade de suplementação para a maioria da população. Mas o apelo das dietas hiperproteicas, popularizadas nas redes sociais, incentiva o consumo extra por meio de barras de cereal, smoothies e, agora, cafés turbinados.

O impacto da onda GLP-1

Se o consumo cresce por quem busca hipertrofia, outro grupo amplia a demanda de forma indireta: os pacientes em uso de medicamentos emagrecedores à base do peptídeo GLP-1, como a semaglutida.

Esses fármacos reduzem o apetite e geram emagrecimento rápido, mas até 60% da perda de peso pode vir da massa magra, segundo estudo publicado na PubMed, base científica da National Library of Medicine. Outro levantamento, do American Journal of Clinical Nutrition, reforça que dietas com proteínas adequadas são cruciais para evitar perdas musculares severas durante o tratamento.

Nutricionistas ouvidos em congressos da área alertam que a individualização da dieta — ajustando proteína, fibras e micronutrientes — será determinante para o sucesso das terapias com GLP-1. A proteína, nesse contexto, deixa de ser moda e passa a ser necessidade clínica.

A combinação de bem-estar, apelo fitness e farmacologia cria um novo ciclo de consumo. Para empresas como a Starbucks, trata-se de capturar o momento com produtos premium que dialogam tanto com quem busca músculos quanto com quem tenta segurar a balança.

No curto prazo, a proteína virou o novo café: onipresente, funcional e passaporte para participar de um mercado bilionário. No longo prazo, é peça-chave para um cenário em que saúde, estética e alimentação se misturam cada vez mais.

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