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Promotor acusa advogado de O.J. Simpson de manipular prova

Depois de Simpson ter dificuldades para colocar as luvas nas mãos, seu advogado disse ao júri: "Se não cabe, vocês devem dispensá-lo"

O. J. Simpsom (em pé) em outro julgamento: equipe de acusação suspeita que costura da luva foi modificada (Getty Images)

O. J. Simpsom (em pé) em outro julgamento: equipe de acusação suspeita que costura da luva foi modificada (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 11 de setembro de 2012 às 17h18.

Estados Unidos - Quase 17 anos após o ex-jogador de futebol americano O.J. Simpson sair livre de um tribunal por acusação de assassinato, um promotor ligado ao caso disse que o principal advogado de defesa alterou uma prova crucial para o caso.

Segundo o ex-vice-promotor de Los Angeles Christopher Darden, o advogado de defesa de Simpson, o falecido Johnnie Cochran, "manipulou" uma das luvas que a acusação usava para ligar Simpson ao assassinato de sua ex-mulher, Nicole Brown Simpson, e de Ronald Goldman, amigo dela.

Depois de Simpson ter dificuldades para colocar as luvas nas mãos --em um dos principais momentos de um julgamento cercado de tensão racial--, Cochran disse ao júri: "Se não cabe, vocês devem dispensá-lo".

Na quinta-feira, durante uma discussão sobre o julgamento na Pace Law School em Nova York, Darden, membro da equipe de acusação, disse: "Acho que Johnnie mexeu na costura. Havia alguns pontos adicionais na costura, de forma que os dedos de O.J. não coubessem inteiramente na luva".

Darden afirmou em uma entrevista na sexta-feira que a estrutura da luva parecia diferente quando Simpson tentou colocá-la. "Um funcionário me disse que a defesa ficou com a prova durante a hora do almoço", afirmou. Ele disse que não estava acusando ninguém, mas acrescentou: "Suspeito há muito tempo que a costura foi manipulada".

Ele disse já ter falado sobre o assunto em programas de TV, mas não se lembrava dos detalhes.

A acusação de Darden surpreendeu outros participantes do julgamento. Alan Dershowitz, professor de Direito em Harvard e membro da defesa de Simpson, e Paul Callan, que representou o patrimônio de Nicole Brown Simpson em um julgamento civil contra Simpson, disseram ter sido a primeira vez que ouviram sobre manipulação no caso.

Na sexta-feira, Dershowitz disse que a acusação foi "uma fabricação total" e que "a defesa não tem acesso às provas, exceto por circunstâncias controladas".


"Depois do maior fracasso legal do século 20 ele está tentando culpar o morto", afirmou Dershowitz sobre Darden.

Os comentários de Darden vieram após Dershowitz dizer que a decisão de Darden de fazer Simpson vestir a luva pela primeira vez diante do júri foi "a coisa mais idiota" que um promotor poderia sugerir.

Simpson foi liberado apesar daquilo que os promotores chamaram de "montanha de evidências" contra ele. Entre as provas estavam uma luva manchada de sangue encontrada em uma propriedade de Simpson e uma outra do mesmo modelo encontrada na cena do crime.

Em 1997, um júri civil considerou Simpson culpado pelas mortes e cobrou dele uma indenização de 33,5 milhões de dólares às famílias das vítimas. Simpson foi condenado em 2007 a 33 anos de prisão por um assalto à mão armada, que ele diz ter acontecido enquanto tentava recuperar artigos esportivos seus.

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