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Produtor de Hollywood Harvey Weinstein é acusado de estupro

As várias denúncias que levaram à sua demissão da The Weinstein Company se limitavam até o momento a assédio

Harvey Weinstein: o produtor nega as acusações (Drew Angerer/Getty Images)

Harvey Weinstein: o produtor nega as acusações (Drew Angerer/Getty Images)

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AFP

Publicado em 10 de outubro de 2017 às 18h27.

A atriz italiana Asia Argento e outras duas mulheres acusam o produtor de Hollywood Harvey Weinstein de tê-las estuprado, reportou nesta terça-feira (10) a revista New Yorker.

De acordo com a publicação, as acusações dessas mulheres contra Weinstein incluem sexo oral indesejado e sexo oral completo forçado.

O produtor nega as acusações, de acordo com uma declaração de sua porta-voz, Sallie Hofmeister, que circula na imprensa americana.

Essas acusações contribuem para a escalada do escândalo envolvendo o produtor vencedor do Oscar, enquanto as várias denúncias que levaram à sua demissão da The Weinstein Company se limitavam até o momento a assédio.

O colunista da New Yorker Ronan Farrow passou 10 meses entrevistando 13 mulheres que disseram terem sido assediadas ou estupradas por Weinstein.

O artigo menciona outras atrizes, entre elas Rosanna Arquette e a francesa Emma de Caunes, que relatam incidentes nos quais o produtor tentou, sem sucesso, ter relações sexuais com elas.

A investigação foi publicada enquanto surgem novas acusações.

Em um artigo do The New York Times - que revelou o escândalo na semana passada - desta terça-feira, Angelina Jolie e Gwyneth Paltrow descrevem encontros similares, durante os quais rejeitaram avanços insistentes de Weinstein.

Asia Argento, de 42 anos, filha do cineasta Dario Argento, afirmou que Weinstein a forçou a fazer sexo oral nele há 20 anos. Ela contou à revista que manteve silêncio até agora por medo de Weinstein.

Lucia Evans, uma aspirante a atriz, contou ter conhecido Weinstein no escritório da Miramax em Nova York em 2004 e que ele a forçou a fazer sexo oral nele.

"Eu tentei me desvencilhar, mas talvez não com força suficiente. Não queria lutar", relatou.

Outra mulher, que pediu para não ser identificada, afirmou à revista que Weinstein a coagiu em um hotel. Ela relata o "horror, descrença e vergonha" que sentiu e diz ter pensado em ir à Polícia, mas acabou desistindo por acreditar que seria sua palavra contra a dele.

Sallie Hofmeister, a porta-voz do produtor, disse em seu comunicado que "todas as acusações de relações sexuais não consentidas são refutadas por Weinstein", que "também confirmou que nunca houve represálias contra as mulheres que rejeitaram suas propostas".

Sobre este escândalo, a ex-candidata democrata à Casa Branca Hillary Clinton reagiu nesta terça-feira, dizendo-se chocada com as revelações de abuso sexual relacionadas ao produtor que financiou suas campanhas eleitorais e as de outros democratas.

"Estou chocada e horrorizada com as revelações sobre Harvey Weinstein", afirmou Clinton, considerando que "o comportamento descrito pelas mulheres" que foram vítimas "não pode ser tolerado".

O silêncio da ex-candidata à Presidência, assim como o do ex-presidente e colega de partido Barack Obama, havia sido alvo de críticas por parte da direita americana, que acusa os democratas de hipocrisia. Obama ainda não se manifestou sobre o assunto.

Harvey Weinstein fazia doações regulares para o Partido Democrata e seus candidatos, e organizou várias recepções para arrecadar fundos para as campanhas de Hillary Clinton e Obama.

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