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Primeiro filme americano antinazista é encontrado

Primeiro filme americano de propaganda antinazista, que mostra as ações contra os judeus em 1933, será exibido em Nova York, após descoberta e restauração

Adolf Hitler em foto de 1938: filme "O reinado de terror de Hitler" (Hitler's reign of terror) foi considerado perdido até que uma cópia foi descoberta (AFP)

Adolf Hitler em foto de 1938: filme "O reinado de terror de Hitler" (Hitler's reign of terror) foi considerado perdido até que uma cópia foi descoberta (AFP)

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Da Redação

Publicado em 20 de setembro de 2013 às 14h34.

Bruxelas - O primeiro filme americano de propaganda antinazista, que mostra as ações contra os judeus em 1933, será exibido em Nova York, em outubro, após a descoberta e restauração de sua única cópia na cinemateca de Bruxelas.

O filme "O reinado de terror de Hitler" (Hitler's reign of terror) foi considerado perdido até que uma cópia foi descoberta em uma caixa de metal em uma prateleira dos arquivos da Cinémathèque Royale de Belgique.

"Fiquei intrigado com o título ao rever as coleções. Após investigar, percebemos se tratar da única cópia restante deste filme", explicou Bruno Mestdagh, responsável pelas coleções digitais da cinemateca.

O filme documentário em preto e branco de 65 minutos foi dirigido por Cornelius Vanderbilt, herdeiro de uma rica família americana. No início de 1930, este repórter percorreu a Europa chegando a Berlim em 5 de março de 1933, dia em que o partido nazista venceu as eleições legislativas. Ele filmou a multidão de seguidores de Hitler, os desfiles das tropas, mas também os judeus fugindo dos ataques.

Editado rapidamente, "O reinado de terror" foi projetado em abril de 1934 em um salão da Broadway. "Foi um sucesso. A sala estava cheia", ressaltou Mestdagh. Mas a carreira do filme foi curta e o seu lançamento foi interrompido pelos protestos do embaixador alemão em Washington, e dos americanos que desejavam preservar as boas relações com a Alemanha.

Para tentar relançá-lo, o filme foi editado novamente em 1939, com imagens da invasão da Polônia, mas sem sucesso.

"O interesse do filme não é cinematográfico - foi muito mal editado e filmado. Mas é um testemunho histórico essencial", segundo Mestdagh.

Vanderbilt afirmou ter sido o único americano a entrevistar Hitler após sua vitória eleitoral. Esta entrevista, que nunca foi provada, foi reconstituída no filme com um ator interpretando o ditador e sendo questionado sobre quais eram seus planos para os judeus.

O filme restaurado será exibido no dia 26 de outubro no Museu de Arte Moderna de Nova York (MOMA) por ocasião do Festival que celebra o 75º aniversário da Cinemateca.

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