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Portugal ganha pela primeira vez a final do festival Eurovision

Salvador Sobral fez uma aposta arriscada cantando em sua própria língua e não em inglês, ao contrário da maioria de seus adversários

Salvador Sobral: "É uma vitória para a música, para quem faz uma música que de verdade quer dizer algo", disse o artista. (REUTERS/Gleb Garanich/Reuters)

Salvador Sobral: "É uma vitória para a música, para quem faz uma música que de verdade quer dizer algo", disse o artista. (REUTERS/Gleb Garanich/Reuters)

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AFP

Publicado em 13 de maio de 2017 às 22h48.

Portugal ganhou pela primeira vez a final do concurso Eurovision, uma cerimônia neste sábado à noite em Kiev, em que Salvador Sobral, um jovem que está à espera de um trasplante de coração, venceu com sua melancólica canção com toques de jazz.

Sobral, um crooner de 27 anos, que canta apesar da insuficiências cardíacas que o colocam na lista de espera para um trasplante de coração, emocionou os telespectadores do concurso com a música "Amar pelos dois".

"É uma vitória para a música, para quem faz uma música que de verdade quer dizer algo", disse o artista.

A melancólica canção que interpreta com ritmo de jazz foi composta por sua irmã mais velha, a famosa cantora portuguesa Luisa Sobral.

O rapaz, que fez uma aposta arriscada cantando em sua própria língua e não em inglês, ao contrário da maioria de seus adversários, conseguiu também ganhar pelo júri profissional.

A fragilidade encatadora de Sobral e sua voz suave e trêmula, por causa de seus problemas de saúde fez que ele conquistasse o festival famoso pela grande quantidade de brilho e exuberância.

Combates no leste do país

A final do festival Eurovision começou neste sábado em Kiev com a ausência da Rússia e do presidente ucraniano, Petro Poroshenko, que desistiu de assistir a premiação por causa dos combates no leste do país.

O presidente ucraniano anunciou neste sábado sua ausência na final da competição por causa dos "bombardeios em Avdiivka e devido a morte de civis", comunicou por sua página no Facebook, referindo-se a uma localidade na linha de frente, próxima do bastião rebelde de Donetsk, local no qual quatro civis faleceram.

A Ucrânia se tornou anfitriã após ter vencido a competição anterior, prêmio que envolveu um forte contexto político, uma vez que a representante ucraniana apresentou uma canção que falava a respeito das perseguições aos tártaros da Crimeia durante a União Soviética.

O concurso representava, assim, uma oportunidade para o país, que vive um conflito há mais de três anos com os rebeldes pró-russos situados ao leste do seu território, de mostrar ao mundo outra faceta.

Esta edição foi marcada pela ausência da representante russa Yulia Samoilova, uma carismática cantora de 27 anos.

As autoridades ucranianas proibiram sua entrada no país por três anos como punição por uma atitude de Yulia. A cantora participou de um show em junho de 2015 na Crimeia, um ano após a anexação russa dessa península que integrava a Ucrânia.

Outro competidor, o búlgaro Kristian Kostov, que também cantou na Crimeia após a anexação russa, foi autorizado a participar por ter apenas 14 anos.

No total, 26 competidores subiram ao palco desse Festival de Canção europeu, responsável por lançar grupos como o ABBA.

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