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Por que vinhos produzidos com a uva Tannat têm sabores tão intensos?

A característica mais marcante dos vinhos produzidos com estas uvas é a elevada carga tânica, que dá a sensação de adstringência e secura na boca ao degustar um vinho

No Uruguai, o vinho Tannat é a bebida perfeita para acompanhar uma bisteca gordurosa, apreciada pelos locais. (AFP/AFP)

No Uruguai, o vinho Tannat é a bebida perfeita para acompanhar uma bisteca gordurosa, apreciada pelos locais. (AFP/AFP)

Júlia Storch
Júlia Storch

Repórter de Casual

Publicado em 14 de abril de 2024 às 09h45.

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Hoje, 14, é o Dia do Tannat, uma homenagem aos vinhos produzidos com uma uva de origem francesa que, ao longo dos anos, tornou-se a mais emblemática do Uruguai.

A característica mais marcante dos vinhos produzidos com estas uvas é a elevada carga tânica, que dá a sensação de adstringência e secura na boca ao degustar um vinho.

Trata-se da principal uva cultivada no país vizinho, ocupando cerca de 40% dos vinhedos da região. Por lá, a Tannat também é conhecida como Harriague, referência a Pascual Harriague, imigrante francês pioneiro em seu cultivo.

“Os vinhos uruguaios com Tannat geralmente possuem perfil mais frutado, fresco e com taninos potentes, porém, mais macios. Já os vinhos franceses com esta uva têm um perfil mais rústico, com taninos mais rígidos”, diz Thamirys Schneider, sommelière do clube de assinatura de vinhos Wine.

O nome da uva tem origem na língua Occitana, do sul da França, “tan” que vem de tanino, que corresponde aos compostos polifenólicos que se encontram naturalmente nas cascas, sementes e engaços das uvas. Estes componentes têm efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios.

“Devido à alta concentração de taninos, é uma uva muito indicada para harmonizar com carnes vermelhas mais fibrosas, pois ajuda a quebrar as fibras e proteínas e limpar o paladar”, diz a sommelière.

Rótulos para conhecer mais sobre a Tannat

Para começar a entender a proposta dos vinhos feitos com a uva, é interessante explorar um rótulo do sudoeste da França, região considerada o berço das uvas Tannat.

Como sugestão, o Mon Adour I.G.P. Côtes de Gascogne 2021 (R$ 169,90 para sócios Wine e R$ 199,88 para não sócios), um exemplar 100% elaborado com a Tannat que teve 40% do vinho amadurecendo em barricas de carvalho francês por dez meses para amaciar os taninos e ganhar certa estrutura e complexidade. É um exemplar rico, denso e duradouro no paladar.

Uma proposta com perfil mais moderno e intenso, porém, mais macio no paladar, é o uruguaio Pueblo del Sol Ultra Tannat 2022 (R$ 64,90 para sócios Wine e R$ 76,35 para não sócios). Trata-se de um vinho muito frutado nos aromas e sabores, com taninos bem perceptíveis, com agradável frescor e suculência.

O cuidado para a produção deste rótulo começa ainda nos vinhedos: vinhas de baixo rendimento, ou seja, uvas com maior concentração de nutrientes e qualidade superior.

Apenas 10% do vinho passa por barrica em um período entre 12 a 18 meses, sendo que o restante permanece em tanques de aço inox, justamente para arredondar os taninos e manter a máxima expressão da uva e do seu terroir em um vinho frutado, fresco e tânico.

Outra sugestão para apreciar o vinho com Tannat é por meio de um blend, ou seja, um exemplar produzido com mais de uma uva.

Para esta proposta, a dica para degustação é o Mar de Piedras Selección de Maderas San José 2020 (R$ 114,90 para sócios Wine e R$ 135,18 para não sócios). A linha Mar de Piedras – da vinícola Família Deicas, vinícola renomada no Uruguai – faz uma homenagem aos solos formados por rochas ígneas planas, que conferem uma mineralidade marcante aos vinhos da região de San José, ao sul do país. É um blend mais estruturado e potente, que reúne o melhor da Cabernet Sauvignon (50%) e da emblemática Tannat (50%), que ganha complexidade e taninos macios após a passagem de doze meses por barricas de carvalho.

O resultado é um vinho elegante, com taninos firmes e macios e com um acabamento mineral e longo.

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