Casual

Por que Kelvin Hoefler está fora da seleção brasileira de skate

Primeiro medalhistas olímpico brasileiro da modalidade, atleta não aceitou os termos propostos pela Confederação, que receberam o aval dos demais convocados

"Infelizmente, enquanto o skate brasileiro não estiver em mãos de skatistas não existirá nenhuma consideração pelo nosso trabalho", disse o atleta. (Enrico Calderoni/Aflo Sports/Divulgação)

"Infelizmente, enquanto o skate brasileiro não estiver em mãos de skatistas não existirá nenhuma consideração pelo nosso trabalho", disse o atleta. (Enrico Calderoni/Aflo Sports/Divulgação)

AO

Agência O Globo

Publicado em 5 de abril de 2022 às 15h00.

Kelvin Hoefler entrou para a história do skate nacional ao se tornar o primeiro brasileiro a conquistar uma medalha olímpica, na estreia da modalidade nos jogos. Ele conquistou a prata em Tóquio, no ano passado. Na segunda-feira, a Confederação Brasileira de Skate (CBSK) divulgou a lista dos convocados para a seleção durante a temporada de 2022 e o nome do atleta não está entre os 25 relacionados.

Em comunicado à imprensa, a CBSK informou que “Kelvin Hoefler não concordou com algumas das contrapartidas do contrato da seleção”. A confederação também explicou que “pelo novo acordo, atletas e entidade passam a realizar ações conjuntas de marketing e comunicação, como postagens em redes sociais e uso de adesivo no shape”.

Há ainda outras exigências pedidas pela CBSK, como a participação em eventos da entidade, o uso do uniforme e estar à disposição da mídia. Além da cessão de imagens para a confederação e a patrocinadora, a Caixa Econômica Federal. Em contrapartida, a CBSK oferece um salário, plano de saúde, ajuda em viagens, entre outros.

E foram justamente esses os pontos que desagradaram a Kelvin Hoefler. O atleta não quer ter a sua imagem associada à CBSK e se recusou a fazer postagens institucionais e a colocar o adesivo da confederação em seu skate. Todos os demais convocados concordaram com os termos propostas em contrato pela confederação.

Kelvin foi procurado, mas sua assessoria alegou que ele não tem nada a declarar sobre a CBSK e o contrato no momento. Porém, ele usou as redes sociais para se manifestar.

"Infelizmente não faço parte da seleção de skate do Brasil em 2022. Fui o primeiro brasileiro a conquistar uma medalha olímpica para o Brasil pós pandemia. Infelizmente, enquanto o skate brasileiro não estiver em mãos de skatistas não existirá nenhuma consideração pelo nosso trabalho. Quem sabe, sabe o quanto eu me esforcei e quebrei meu corpo pelo skate. Desejo a todos os convocados muito sucesso, força e garra. Eu torço por todos nós pois somos guerreiros e nunca vamos estar só", postou o skatista.

Briga nas olimpíadas

Kelvin e a CBSK já não se entendem desde antes da olimpíada. O atleta e a direção da entidade começaram a ter problemas quando a esposa de Kelvin, que também é sua técnica, foi proibida de ir à Tóquio por conta da pandemia, onde ele teria que ser assessorado pela comissão técnica da CBSK. O atleta chegou a bloquear os perfis da confederação nas redes sociais.

Outro fator que gerou desconforto entre ambas as partes foi uma suposta recomendação de que os atletas não participassem de competições próximo dos jogos. Kelvin deixou de participar do X GAMES, que deu um prêmio de até US$ 50 mil.

Enquanto Kelvin ficou de fora. sua desafeta, Letícia Bufoni, participou e ganhou. À época, a CBSK foi procurada e informou que nunca “proibiu nenhum skatista da Seleção de participar de qualquer evento, seja ele qual for”. E que “deixa a cargo do/a skatista a decisão de participar”.

Acompanhe tudo sobre:AtletasEsportesSkate

Mais de Casual

O prédio mais caro de São Paulo e com a assinatura de Alex Allard será erguido na Oscar Freire

A cidade (nada óbvia) que conquista o título de melhor destino cultural na Europa

Os 5 melhores filmes e séries para maratonar no fim de semana

Bar flutuante da Heineken chega a Curitiba após sucesso em São Paulo