São Paulo – Ano após ano, o clichê “ano novo, vida nova” segue firme e forte, com promessas de que os próximos 365 dias serão muito diferentes dos passados. As principais resoluções, de acordo com a especialista em gestão de pessoas e doutoranda em Psicologia Social pelo IP/USP Gleicimara Araujo Queiroz, são aquelas relacionadas com mudanças de hábito e comportamento, como parar de fumar, beber, emagrecer, fazer exercícios físicos, controlar gastos e estudar ou trabalhar mais.

Mas a maioria das pessoas sabe que, depois da euforia, pouca coisa realmente muda. Para a psicóloga, isso acontece muito porque as promessas feitas costumam ter metas muito altas, difíceis de alcançar, e que, com o tempo, desmotivam. Além disso, elas nem sempre são significativas o bastante e acabam perdendo o sentido, e ainda estão fora da realidade da pessoa.

Se seus planos tiverem esse perfil – como na maioria vezes acontece – provavelmente 2013 não será muito diferente de 2012. Só que não precisa ser assim. Apesar de as resoluções não serem geralmente cumpridas, essa reflexão sobre o que passou, entre coisas boas e ruins, e o que se quer para o futuro é muito positiva e saudável, segundo Gleicimara. E, caso as propostas sejam pensadas de maneira adequada, o ganho é ainda maior.

“Assim como os administradores fazem um planejamento estratégico da empresa, é importante que façamos da nossa vida, e neste caso seria um planejamento estratégico em curto prazo”, diz. A psicóloga indica que uma das melhores maneiras de tornar os planos realizáveis é escrever poucas resoluções em um papel (no máximo cinco, para não perder o foco), definir objetivos factíveis e as estratégias para chegar lá.

“Por exemplo, se sua promessa é emagrecer em 2013, defina sua meta, como perder 15 quilos. Como? Indo a uma nutricionista e caminhando 3 vezes por semana. E novamente ao final do ano retomar estas anotações e analisar quais foram cumpridas e o por quê”, afirma. Outra maneira eficaz de ter motivação para colocar as ideias em prática é contar para as pessoas próximas, como familiares e amigos, pois eles podem ajudar a não desistir nos momentos de tentação.

Para a especialista, fazer um blog também pode ajudar, já que ele ajuda a mostrar como a promessa está indo e, assim, as pessoas ganham motivação e, de quebra, inspiram outras a fazer o mesmo.