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Por que a seleção brasileira pode não jogar a Copa América no Brasil

Segundo jornal espanhol, jogadores teriam decidido pelo boicote com receio de serem vistos como insensíveis pelo público; reunião com presidência da CBF teve clima tenso

Seleção brasileira durante partida contra a Suíça na Copa do Mundo 2018 (Damir Sagolj/Reuters)

Seleção brasileira durante partida contra a Suíça na Copa do Mundo 2018 (Damir Sagolj/Reuters)

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GabrielJusto

Publicado em 4 de junho de 2021 às 13h44.

Última atualização em 4 de junho de 2021 às 14h01.

Após a polêmica sobre o Brasil sediar a Copa América na iminência de uma terceira onda de covid-19 no país, jogadores da seleção brasileira decidiram, entre si, não participar do torneio, de acordo com o jornal espanhol As. Segundo a publicação, a confirmação da realização do campeonato no Brasil causou espanto e indignação nos jogadores que atuam na Europa, que disseminaram a ideia para o restante da equipe.

Os jogadores se preocupam de serem vistos como insensíveis por disputarem uma competição que, segundo eles, dado o cenário de lentidão na vacinação e um alto número de casos e mortes em todo o continente, poderia ser adiada. O calendário da competição, há um ano da Copa do Mundo e em meio às eliminatórias, considerada por eles como mais importante, também foi usado como argumento para o boicote.

O técnico Tite chegou a confirmar à imprensa as discussões com os jogadores sobre o assunto, mas afirmou que só deve se posicionar publicamente sobre a questão após o jogo com o Equador, pelas eliminatórias da Copa do Mundo, que acontece nesta sexta, 4, às 21h (horário de Brasília). A Copa América está prevista para começar no próximo dia 13, em Brasília, com um jogo entre Brasil e Venezuela.

“Temos uma opinião muito clara e fomos lealmente, numa sequência cronológica, eu e Juninho, externando ao presidente qual a nossa opinião. Depois, pedimos aos atletas para focarem apenas no jogo contra o Equador. Na sequência, solicitaram uma conversa direta ao presidente. Foi uma conversa muito clara, direta. A partir daí, a posição dos atletas também ficou clara", disse Tite durante uma coletiva de imprensa. "Temos uma posição, mas não vamos externar isso agora. Temos uma prioridade agora de jogar bem e ganhar o jogo contra o Equador. Depois desses dois jogos, vou externar a minha posição."

Segundo rumores, o clima do encontro dos jogadores com Rogério Caboclo, presidente da CBF, teria sido tenso, com Caboclo chegando a pedir a demissão do coordenador da seleção, Juninho Paulista, por sua suposta "incapacidade de controlar o movimento dos jogadores". Avisado antes da reunião sobre a posição dos jogadores, o presidente imaginou que pudesse contornar a situação, mas o tratamento dos jogadores como subordinados acabou por piorar o clima.

Pelo menos 21 dos 24 convocados por Tite para a Copa América atuam no exterior. Informações dão conta de que os brasileiros estariam em contato com jogadores e técnicos de outras seleções, que também são contra a realização da competição em meio à pandemia. Até mesmo o argentino Lionel Messi teria se posicionado nesse sentido com a AFA, a equivalente da CBF na Argentina — que foi o segundo país a se recusar a sediar o evento.

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